Comitê elogia liberdade para dissidente agraciado com o Nobel da Paz na China

Publicado em 26/06/2017 - 13:06 Por Da Agência EFE - Copenhague

 Liu Xiaobo foi liberado por razões médicas após ter sido diagnosticado com um câncer de fígado terminal

Liu Xiaobo foi liberado por razões médicas após ter sido diagnosticado com um câncer terminal Foto: EFE/Liu Xia 

O Comitê do Prêmio Nobel da Paz manifestou nesta segunda-feira (26) sua satisfação pela liberdade, por razões médicas, do dissidente chinês Liu Xiaobo, agraciado com a distinção em 2010, e disse que ele jamais deveria ter sido preso porque “só exerceu sua liberdade de expressão". A informação é da agência EFE.

O Prêmio Nobel da Paz é entregue em Oslo, na Noruega, e é amplamente considerado como o mais prestigioso prêmio do setor.  O Comitê do Nobel lembrou que mantém seu convite para que Liu Xiaobo possa viajar a Oslo para receber o prêmio, já que na cerimônia de sete anos atrás ele não recebeu permissão de Pequim para viajar.

O opositor chinês, detido desde 2009, sofre de um câncer terminal no fígado e está atualmente internado em um hospital universitário de Shenyang, na província de Liaoning,  revelou hoje à Agência EFE em Pequim seu advogado, Mo Shaoping.

"Liu Xiaobo dirigiu uma incansável luta pela democracia e pelos direitos humanos na China e já pagou um alto preço pelo seu compromisso. Na realidade, ele foi condenado por exercer sua liberdade de expressão e jamais deveria ter sido preso", apontou em um comunicado o comitê.

Responsabilidade

As autoridades chinesas têm "uma grande responsabilidade" se a privação de liberdade fez com que Liu não tenha recebido a ajuda médica necessária a tempo, acrescentou a entidade norueguesa, que espera que a liberdade seja incondicional e que ele receba o melhor tratamento possível, "na China ou no exterior".

Liu Xiaobo, condenado a 11 anos de prisão por subversão, foi agraciado com o Nobel da Paz "pela sua longa e não violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China", uma decisão que levou este país asiático a romper laços com a Noruega.

Pequim e Oslo anunciaram em dezembro passado a normalização das relações após uma reunião no país asiático entre o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e o ministro de Assuntos Exteriores norueguês, Børge Brende.

Li Keqiang mostrou então o desejo de "trabalhar junto com a Noruega para abrir um novo capítulo nos laços bilaterais e criar relações sustentáveis, saudáveis e estáveis", além de mostrar a intenção de renegociar com a Noruega um acordo de livre-comércio, que estava a ponto de ser assinado quando o Nobel foi concedido a Liu.

A China impôs também restrições às importações de salmão norueguês, o que causou perdas milionárias ao país escandinavo.

Edição: Augusto Queiroz

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