Onda de violência no Congo deixa mais de 3.300 mortos, diz Igreja Católica

Publicado em 20/06/2017 - 16:44 Por Da Agência EFE - Kinshasa

Pelo menos 3,3 mil pessoas morreram na província de Kasai, na República Democrática do Congo, devido a uma onda recente de violência causada pela milícia Kamuina Nsapu, que semeia o terror na região desde agosto do ano passado, informou nesta terça-feira (20) a Igreja Católica no país. A informação é da agência EFE.

"Pelo menos 3,7 mil casas e 20 povoados foram destruídos, dez deles pelo Exército e quatro pela milícia", apontou a Igreja, que tem atuado como mediadora em conflitos locais. Mais de 1,3 milhão de pessoas já fugiram de Kasai desde o início da onda de violência. Mais da metade delas jovens que, em algumas ocasiões, foram separados dos seus pais ou recrutados por milícias, informou hoje o Conselho de Refugiados Norueguês (NRC, na sigla em inglês).

Em maio, durante uma escalada da violência na região, 8 mil pessoas por dia se viram obrigadas a fugir, disse o NRC. Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 475 mil congoleses já fugiram para países vizinhos, sendo que cerca de 30 mil para Angola. Os civis são as principais vítimas das atrocidades, em particular os dos grupos étnicos luba e lulua.

As Nações Unidas denunciaram hoje (20) em Genebra a existência de uma nova milícia, a Bana Mura, criada e organizada pelas autoridades para apoiar as ações do Exército congolês nas três províncias da região de Kasai.

O alto comissionado da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, pediu que seja promovida uma investigação internacional independente, algo que foi rejeitado pelo ministro da Justiça da República Democrática do Congo, Alexis Thambwe Mwamba, que argumentou que "aceitar uma investigação independente é aceitar que o país não é independente".

O conflito adquiriu notoriedade internacional quando a milícia matou dois funcionários estrangeiros da ONU, a sueca Zaida Catalán e o americano Michael Sharp, encontrados mortos em 28 de março em Kasai Central quando avaliavam abusos aos direitos humanos na província.

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