Cazaquistão inaugura banco de urânio pouco enriquecido da ONU

Publicado em 29/08/2017 - 18:42 Por Da Agência EFE * - Astana

O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, inaugurou nesta terça-feira (29), na cidade cazaque de Öskemen, o banco de urânio pouco enriquecido da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organização autônoma das Nações Unidas. A informação é da EFE.

Nazarbayev entregou as chaves da instalação ao diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, e propôs a sediar uma cúpula mundial sobre segurança nuclear na capital cazaque, Astana. "Já houve uma cúpula por iniciativa americana. Agora o Cazaquistão está preparado para iniciar a renovação da cúpula mundial de segurança nuclear", disse o presidente, que defendeu a busca de uma solução entre todos os países com capacidade nuclear.

"Proponho legalizar a situação de todos os Estados nucleares de fato e convocar uma cúpula de países nucleares para discutir conjuntamente a solução para este problema global", disse.

Nazarbayev se referiu também às sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, o que, ao seu ver, "preocupa toda a humanidade" por se tratar de "um aumento das tensões entre os dois principais Estados nucleares do mundo".

O diretor-geral da AIEA, por sua vez, agradeceu pelas "generosas contribuições financeiras" que tornaram possível a abertura do banco de urânio pouco enriquecido (LEU, na sigla em inglês).

"Este é um projeto muito complexo, que integrou uma grande quantidade de acordos. Estou muito agradecido a todos os doadores: EUA, União Europeia, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Noruega, Cazaquistão e a Iniciativa da Ameaça Nuclear. O banco LEU dará uma contribuição valiosa aos esforços internacionais para assegurar combustível para as usinas nucleares",  disse Yukiya Amano.

Para o ministro de Energia do Cazaquistão, Kanat Bozunbayev, a criação do LEU é uma contribuição significativa do seu país “ao desarmamento nuclear e ao fortalecimento da segurança internacional".

O banco de urânio pouco enriquecido pretende proporcionar uma reserva de combustível para ser posto à disposição dos Estados-membros da AIEA, a preços de mercado, como último recurso caso que não sejam capazes de obter esse produto no mercado comercial mundial. Em 2006, a AIEA decidiu estabelecer um banco de urânio pouco enriquecido e, em 2011, o Cazaquistão se ofereceu para acolher essa instalação em seu território.

Sob o mandato do presidente Nazarbayev, o Cazaquistão renunciou a todas as armas nucleares da era soviética, destruiu o campo de testes nucleares da antiga cidade de Semipalatinsk (hoje rebatizada de Semey) e se uniu ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

O governo cazaque também teve protagonismo no estabelecimento do Tratado de Semipalatinsk, que estabeleceu a Zona Livre de Armas Nucleares da Ásia Central, integrada por Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, que entrou em vigência em março de 2009, após a ratificação dos cinco países-membros.

* Com informações da Agência Brasil

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