EUA ordenam fechamento do consulado da Rússia na Califórnia

Publicado em 31/08/2017 - 16:54 Por Da Agência EFE - Washington e Moscou

Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson

O secretário de Estado americano Tillerson ligou para seu colega russo Lavrov para anunciar a medidaMichael Reynolds/EPA/Agência Lusa/Arquivo

O governo dos Estados Unidos ordenou nesta quinta-feira (31), através de anúncio do Departamento de Estado, o fechamento do Consulado da Rússia em San Francisco, na Califórnia, e de dois anexos diplomáticos russos: um em Washington e outro em Nova York, antes do dia 2 de setembro. O. A informação é da EFE.

A medida responde à decisão do Kremlin, tomada em julho, de reduzir em 755 pessoas o número de diplomatas e colaboradores que trabalham na embaixada dos EUA em Moscou e nos consulados de São Petersburgo e outras cidades.

A Rússia tomou essa medida, que o governo americano deveria aplicar antes de 1º de setembro, para igualar a presença diplomática americana ao mesmo número do pessoal diplomático que o governo russo tem nos EUA.

"Os EUA aplicaram completamente a decisão do governo da Federação Russa para reduzir o tamanho da sua missão na Rússia. Acreditamos que esta ação foi injustificada e prejudicial para a relação em geral entre os nossos países", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, no comunicado.

"Seguindo a paridade invocada pelos russos, requereremos que o governo russo feche seu consulado geral em San Francisco, um anexo da chancelaria em Washington e um anexo consular na cidade de Nova York. Estes fechamentos devem efetuar-se antes de 2 de setembro", salientou ela.

Com essa medida, os dois países continuarão seu trabalho diplomático com o funcionamento de três consulados cada um, segundo a nota.

"Ainda que siga havendo uma disparidade no número de diplomatas e anexos consulares, escolhemos permitir ao governo russo manter alguns dos seus anexos, em um esforço para deter a espiral descendente da nossa relação", disse a porta-voz.

Melhoria das relações

"Os EUA esperam que, após avançar para o desejo de paridade da Federação Russa, possamos evitar mais ações de represália de ambas as partes e avancemos para alcançar o objetivo declarado de ambos os presidentes: melhorar as relações entre nossos dois países e aumentar a cooperação em áreas de mútuo interesse", completou Heather.

No entanto, segundo ela, os EUA estão preparados "para adotar mais ações se for necessário e justificado". A relação entre Washington e Moscou piorou desde a decisão russa de diminuir a presença diplomática americana na Rússia.

No último dia 2 de agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, promulgou contra sua vontade uma lei que impõe novas sanções contra a Rússia, e salientou sua "preocupação" de ter limitado seu poder para suspender essa punição sem a aprovação do Congresso.

A lei, aprovada por uma folgada maioria bipartidária nas duas câmaras do Legislativo, contempla sanções que afetam a indústria petroleira e mineradora da Rússia por sua suposta ingerência nas eleições de 2016 nos EUA para prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton.

Rússia vai analisar

Em Moscou, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, comunicou hoje ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, que seu governo vai analisar a ordem de Washington para que feche seu consulado em San Francisco antes de dar uma resposta sobre a medida.

De acordo com o governo russo, Tillerson ligou para Lavrov para informar a decisão da Casa Branca de fechar o consulado, antes de torná-la pública. O chefe da diplomacia russa lamentou, em conversa por telefone com Tillerson a nova escalada de tensões nas relações entre os dois países, segundo um comunicado do governo da Rússia.

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