Serviço de Inteligência faz buscas na casa de ex-procuradora venezuelana

Publicado em 16/08/2017 - 19:35 Por Da Agência EFE - Caracas

La fiscal general de Venezuela, Luisa Ortega Díaz, participa en una rueda de prensa

Luisa Ortega Díaz, ex-procuradora-geral da VenezuelaCristian Hernández/EFE/Arquivo

O Serviço de Inteligência da Venezuela (Sebin) realizou nesta quarta-feira (16) uma operação de busca e apreensão na casa da ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz em Caracas, horas depois de seu sucessor no cargo, Tarek Saab, pedir a prisão de seu marido, o deputado Germán Ferrer, acusado de liderar uma rede de extorsão. A informação é da EFE.

"Neste momento, o Sebin revista minha casa, como parte da vingança deste governo por lutar contra o totalitarismo que existe na Venezuela", afirmou Luisa em sua conta no Twitter. A residência dela ficou rodeada de patrulhas e funcionários do Sebin e não permitiram o acesso à imprensa.

Em outra mensagem, a ex-procuradora indicou que desta forma o governo do presidente Nicolás Maduro e o político governista Diosdado Cabello "pretendem acabar" com a luta dela e seu marido "pela democracia e a liberdade dos venezuelanos".

Horas antes, o novo procurador-geral tinha solicitado ao presidente do Tribunal Supremo do país, Maikel Moreno, que emitisse uma ordem de captura contra o marido de Luisa Ortega enquanto se iniciava "o processo de revisão da sua imunidade parlamentar".

Esta ação do procurador Tarek Saab aconteceu depois que um membro da Assembleia Nacional Constituinte, formada apenas por governistas, o poderoso Diosdado Cabello, fez a solicitação da detenção de Ferrer por supostamente liderar uma rede de extorsão que operava no Ministério Público enquanto Ortega era procuradora-geral.

O novo procurador-geral, designado pela Constituinte, exibiu papéis nos quais supostamente consta que Ferrer abriu várias contas em bancos das Bahamas e assegurou que esta "rede de extorsão" que operava do Ministério Público tem contas com montantes que superam US$ 6 milhões.

Luisa Ortega foi destituída do seu cargo no último dia 5 de agosto pela nova Assembleia Constituinte, que a acusou de ter cometido "atos imorais", uma ação que para a ex-procuradora-geral é um passo a mais do governo de Nicolás Maduro para o estabelecimento de uma ditadura.

A ex-procuradora-geral, que já foi vinculada ao chavismo, marcou seu distanciamento do governo durante os últimos meses depois de denunciar a ruptura da ordem constitucional no país, após duas sentenças do Supremo que tiravam competências do Parlamento e limitavam a imunidade dos deputados.

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