Após críticas, Trump suspende restrição para envio de produtos a Porto Rico
O presidente Donald Trump anunciou hoje (28) a suspensão de restrições ao frete de combustíveis e produtos em geral para Porto Rico. A medida foi tomada após um pedido do governador da ilha, Ricardo Rossello, e após protestos no Congresso americano para chamar a atenção para a crise humanitária enfrentada por Porto Rico – território americano com cerca de 3,5 milhões de habitantes.
Após a passagem do Furacão Maria, na semana passada, os porto riquenhos sofrem com a falta de alimentos, água potável, energia elétrica, serviços de comunicação e combustíveis.
A decisão suspende temporariamente as restrições da chamada Jones Act (Lei Jones, em tradução livre) que proíbe embarcações estrangeiras de transportar combustíveis entre portos norte-americanos. A suspensão de restrições abrange não só os combustíveis, mas todo tipo de produtos. A suspensão anunciada tem validade de dez dias.
Com suspensão das restrições fica mais fácil a chegada de suprimentos à ilha. O governo Trump não havia, até então, ampliado a medida para Porto Rico e começou a ser criticado e acusado de "desprezar" a ilha, onde vivem cidadãos americanos em maioria de ascendência latina. Além de suspender a restrição portuária, Donald Trump anunciou que vai visitar Porto Rico na próxima terça-feira (3).
Críticas
Os protestos entre congressistas começaram porque Donald Trump havia ordenado a suspensão da Lei Jones para os portos da Flórida e Texas, após a passagem dos furacões Irma (Flórida) e Harvey (Texas), mas não havia adotado a mesma medida com Porto Rico - que sofreu a influência de dois furacões em um período de dez dias: primeiro o Irma e depois o Maria.
Políticos e artistas norte-americanos de origem latina, como a atriz Jennifer Lopez e o cantor Mark Anthony, criticaram Trump e o acusaram de de não atender as demandas na ilha prontamente, após a passagem do furacão Maria, que deixou ao menos 16 mortos.
Os senadores que reivindicaram a suspensão já se posicionaram após a medida. O senador John McCain, republicano do Arizona, que havia pedido a revogação da medida, comemorou pelo Twitter a decisão de, finalmente, revogar um ato "totalmente arcaico".