Vítimas japonesas de bombas atômicas celebram o Nobel da Paz para a Ican

Publicado em 07/10/2017 - 10:45 Por Da EFE* - Tóquio

O Comitê de direção da Ican dá uma coletiva de imprensa depois da organização de ter sido premiada como o Prêmio Nobel da Paz

O Comitê de direção da Ican comemorou a premiação como o Prêmio Nobel da Paz EFE/Martial Trezzini

Sobreviventes das bombas atômicas das cidades de Hiroshima e Nagasaki, ambas no Japão, comemoraram neste sábado o Prêmio Nobel da Paz 2017 concedido à Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (Ican, sigla em inglês).

As principais organizações de hibakusha, como se denomina no Japão aos sobreviventes dos dois ataques nucleares contra o país asiático em agosto de 1945, considoeraram o prêmio um reconhecimento à sua luta e exigiram a adesão do governo japonês ao Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares.

O co-presidente da organização de sobreviventes Hidankyo, Sunao Tsboi, de 92 anos, que foi vítima do ataque nuclear de Hiroshima, assegurou em um comunicado que trabalhará "enquanto viver com a ICAN e todo mundo para alcançar um mundo sem armas nucleares".

Por sua vez, o secretário-geral desta organização, Toshiki Fujimori, disse esperar que este prêmio possa "acelerar que mais países se unam ao tratado e torná-lo mais efetivo".

Membros da organização de sobreviventes da bomba atômica de Nagasaki receberam o anúncio do prêmio com aplausos e disseram que ganharam "novas motivações para continuar com seu trabalho", informou a agência "Kyodo".

A ICAN foi premiada ontem com o Nobel da Paz por alertar das "consequências humanitárias catastróficas" das armas nucleares e pelos seus esforços para lograr um tratado que os proibisse.

Esta coalizão de organizações não-governamentais que estende por 100 países foi "força motriz" na iniciativa humanitária lançada em 2015 para conseguir que em julho fosse assinado o primeiro tratado global de proibição, apoiado por dois terços dos países da ONU, mas não pelas potências nucleares, nem seus aliados

O Japão, apesar de ser o único país objeto de um ataque atômico, não aderiu ao tratado.

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Edição: Lidia Neves

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