Chile diz que pode dar asilo a opositor venezuelano refugiado em sua embaixada

Publicado em 06/11/2017 - 15:13 Por Da Agência EFE - Santiago

Vista externa da Embaixada do Chile em Caracas

Vista externa da Embaixada do Chile em Caracas Miguel Gutiérrez/EFE

A ministra porta-voz do governo do Chile, Paula Narváez, afirmou nesta segunda-feira (6) que o Executivo do seu país está disposto a acolher o primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) da Venezuela, deputado Freddy Guevara, caso ele solicite asilo político. A informação é da agência espanhola EFE.

Na noite de sábado, o opositor venezuelano pediu abrigo na embaixada do Chile em Caracas, depois de dizer que recebeu uma série de ameaças. Em coletiva de imprensa, Paula ressaltou que a entrada de Guevara na sede diplomática chilena na qualidade de hóspede "responde à política permanente que o governo teve em torno da situação que a Venezuela atravessa".

Ela garantiu que o Executivo "tem a melhor disposição de aceitar os pedidos feitos, mas para isso é preciso o pedido aconteça. No fim de semana, Guevara se tornou o sexto cidadão venezuelano a pedir proteção ao Chile, depois que o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) pediu a suspensão da sua imunidade parlamentar para dar início a um processo contra eles.

De acordo com o TSJ, Guevara deve ser julgado pelos crimes de associação, instigação pública contínua e uso de adolescente com fins criminosos, mas não deu detalhes sobre tais infrações.

Após a entrada de Freddy Guevara, a embaixada chilena declarou que seu governo dava ao parlamentar a qualidade de hóspede "conforme sua tradição humanitária, os princípios que inspiram sua política externa e em coerência com as decisões adotadas em situações similares".

Em outubro, os juízes venezuelanos José Fernando Sifontes, Beatriz Marín, Zuleima González e Elenis Martínez desembarcaram no Chile, depois de passar cerca de dois meses na embaixada do país em Caracas. Eles fazem parte dos 33 magistrados designados pelo Parlamento venezuelano, de maioria opositora, para fazer parte do TSJ, e que até agora estão com as contas bancárias bloqueadas.

O ministro de Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, informou que o asilo se estenderá por dois anos e os amparados deverão fazer os trâmites necessários para retirar a carteira de identidade para estrangeiros.

O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou que o Chile praticou uma ilegalidade ao receber o grupo em Santiago, já que eles representam "a ultradireita venezuelana e a linha supremacista do (presidente dos Estados Unidos) Donald Trump".

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