Governo dos EUA adota novas regras que restringem viagens e comércio com Cuba

Publicado em 08/11/2017 - 20:23 Por Da Agência EFE - Washington

O governo dos Estados Unidos tornou mais difícil hoje (8) para norte-americanos agendarem viagens e realizarem negócios com Cuba, cumprindo uma promessa do presidente Donald Trump de reverter a investida de seu antecessor democrata de estabelecer relações mais amigáveis com Havana.

As restrições, que entram em vigor nesta quinta-feira (9), têm como objetivo prevenir que áreas militares, de inteligência e segurança do governo comunista de Cuba se beneficiem de turistas e do comércio norte-americano, informou a Casa Branca.

Em um discurso de Trump em junho, o presidente republicano pediu restrições mais firmes. Trump disse à época que o governo cubano continuava oprimindo seu povo e que o ex-presidente Barack Obama havia ido longe demais em um avanço diplomático em 2014 com a ilha.

As novas regulamentações incluem uma lista de 180 entidades governamentais, holdings e companhias de turismo cubanas com as quais norte-americanos são proibidos de realizar negócios. A lista inclui 83 hotéis estatais, incluindo famosos hotéis na Cidade Antiga de Havana, como o outrora lugar favorito de Ernest Hemingway, o Hotel Ambos Mundos, assim como o novo shopping de luxo da cidade.

Embora turistas dos EUA ainda sejam capazes de realizar visitas autorizadas a Cuba com uma organização sediada nos EUA e acompanhados por um representante norte-americano do grupo, será mais difícil que viajem individualmente, de acordo com as novas regras. Antes da abertura de Obama, viagens de muitos norte-americanos eram restritas de forma similar.

Agora os viajantes precisam ser capazes de mostrar uma “agenda em tempo integral”, com atividades que apoiem o povo cubano e mostrem “interação significativa”, indo além de simplesmente ficar em quartos em casas particulares, comer em restaurantes ou comprar em lojas, disse uma autoridade a repórteres em teleconferência.

O governo americano diz estar empenhado em apoiar tais pequenas empresas privadas que surgiram pelo país sob as reformas governamentais cubanas na economia majoritariamente controlada pelo Estado. “Passear ou comer ou comprar em algum destas companhias particulares são coisas que nós queremos encorajar. Mas o que nós queremos dizer é que isto sozinho não é suficiente”, disse a autoridade.

Ainda não houve resposta do governo cubano sobre as novas regulamentações. 

Planos mantidos

Contratos comerciais e planos de viagens já realizados antes do anúncio terão permissão para seguir como planejados e não serão sujeitos às restrições, disseram autoridades a repórteres.

A lista de entidades com as quais  norte-americanos não podem realizar negócios inclui uma zona de desenvolvimento especial no porto de Mariel, em Cuba, que o governo cubano quer desenvolver como um grande centro caribenho industrial e de embarque com incentivos fiscais e aduaneiros.

O Conselho Nacional de Comércio Exterior, um grupo de lobby comercial em Washington, chamou a restrição ao porto Mariel de “contraprodutiva”, porque somente irá prejudicar uma iniciativa que pode potencialmente beneficiar trabalhadores cubanos.

O chefe de uma companhia de viagens educacionais disse que ainda há muitos meios legais –assim como voos comerciais, viagens de cruzeiros, hotéis de propriedade dos EUA e guias turísticos– para permitir que norte-americanos visitem Cuba. Mas ele disse que as novas restrições irão prejudicar o setor privado cubano.

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