Dois palestinos são mortos em protestos contra os EUA em Gaza

Publicado em 22/12/2017 - 17:21 Por Da Agência Reuters - Gaza, Palestina

Palestino ferido é retirado de protesto em Gaza 22/12/2017

Palestino ferido é retirado de protesto em Gaza REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Soldados de Israel mataram a tiros ao menos dois palestinos nesta sexta-feira (22), disse uma autoridade de saúde de Gaza, em meio a uma intensificação dos protestos contra o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel. A informação é da Reuters.

Milhares de manifestantes palestinos, muitos deles atirando pedras, confrontaram forças de segurança israelenses ao longo da cerca da fronteira de Gaza em todas as sete cidades da Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental. Em Belém, cidade onde nasceu Jesus, segundo a tradição, via-se pneus em chamas nas ruas em protesto, a dois dias das comemorações do Natal.

Disparos de israelenses mataram dois palestinos em um confronto no sul da Faixa de Gaza, informou um porta-voz do Ministério da Saúde palestino, estimando o número de feridos em 40, metade deles alvejados com munição real e o resto com balas de borracha. Outros foram vítimas de gás lacrimogêneo.   

Em um comunicado, os militares de Israel disseram que cerca de dois mil palestinos enfrentaram as tropas na cerca da divisa com Gaza e que a multidão atirou pedras e rolou pneus em chamas na direção dos soldados, que reagiram com medidas de "dispersão de tumultos" e "usaram munição real seletivamente contra os principais instigadores".  Os manifestantes gritavam "Trump é um covarde, Trump é um tolo". Entre os feridos havia um homem fantasiado de Papai Noel.

Autoridades de saúde palestinas disseram que ao menos um palestino sofreu um ferimento de munição real na Cisjordânia e que cerca de 30 manifestantes foram atingidos por balas de borracha. Os militares, calculando o número de manifestantes em cerca de 1.700 e os feridos em seis, afirmaram que as tropas enfrentaram coquetéis molotov, pedras e pneus em chamas.

Não foi suficiente

Uma resolução aprovada ontem por 128 países na Assembleia Geral da ONU rejeitou amplamente a declaração feita pelo presidente norte-americano, Donald Trump, em 6 de dezembro, reconhecendo Jerusalém . Apenas nove países votaram contra a resolução da ONU, 35 se abstiveram e 21 não votaram. O Brasil foi um dos que 128 que votaram a favor da medida.

A ação da ONU contudo parece que foi pouco para acalmar a revolta palestina que eclodiu após a reversão de décadas de política externa dos EUA a respeito da cidade sagrada.

Os protestos vêm ocorrendo diariamente na Palestina desde o anúncio de Trump. Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível e quer todas as embaixadas na cidade. Os palestinos querem a capital de um futuro Estado independente no setor oriental de Jerusalém, que os israelenses capturaram na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexaram, numa ação jamais reconhecida internacionalmente. A maioria das nações encara o status de Jerusalém como uma questão a ser resolvida em um eventual acordo israelo-palestino, embora o processo esteja emperrado atualmente.

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