Irã tem manifestações pró-governo após 6º dia de protestos da oposição

A população tem feito críticas à gestão da economia do país. Mais de

Publicado em 03/01/2018 - 10:44 Por Bozorgmehr Sharafedin - Da Agência Reuters - Londres

Iranianos participam de manifestação pró-governo no Irã 03/01/2018 Tasnim/Divulgação via REUTERS

Milhares de pessoas participam de manifestação pró-governo no IrãTasnim/Divulgação via Reuters

Manifestações pró-governo realizadas em várias cidades do Irã atraíram hoje (3) milhares de participantes, após seis dias de protestos de opositores ao regime que pegaram a liderança do país de surpresa.

A televisão estatal iraniana transmitiu imagens ao vivo de passeatas em Kermanshah, Ilam e Gorgan nas quais os manifestantes portavam bandeiras do Irã e fotos do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.

O maior desafio à ordem estabelecida do Irã em quase uma década continuava na noite de ontem (2), e postagens e vídeos em redes sociais mostraram batalhões de choque atuando em várias cidades.

Horas mais cedo, Khamenei havia acusado os inimigos da nação de fomentarem os distúrbios. Nesta quarta-feira, os manifestantes pró-governo expressaram seu apoio a Khamenei, bradando: "O sangue em nossas veias é um presente ao nosso líder" e "Não abandonaremos nosso líder".

Os protestos, que começaram devido aos problemas econômicos, adquiriram uma dimensão política rara, e um número crescente de jovens está pedindo a renúncia de Khamenei.

Essas são as maiores manifestações desde os tumultos que se seguiram à questionada reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad em 2009. Ao menos 21 pessoas morreram durante os protestos iniciados na semana passada, incluindo dois membros das forças de segurança.

Prisões e pena de morte

Mais de 450 manifestantes foram presos na capital Teerã nos últimos dias, e centenas de outros foram detidos em todo país, segundo autoridades. Um funcionário do Judiciário disse que alguns podem enfrentar a pena de morte.

"Os arruaceiros sediciosos deveriam ser executados", bradavam os participantes das marchas nesta quarta-feira, e cartazes que eles levavam diziam que "mãos ocultas" hostis guiadas pelos Estados Unidos, Israel e o Reino Unido deveriam ser decepadas.

Na tentativa de controlar o fluxo de informação e convocações de passeatas antigoverno, as autoridades de Teerã restringiram o acesso ao aplicativo de mensagens Telegram e ao Instagram, de propriedade do Facebook. Os preços altos, a suposta corrupção e a má administração estão insuflando a revolta.

O presidente Hassan Rouhani defendeu um acordo fechado com potências mundiais em 2015 para conter o programa nuclear iraniano em troca da suspensão da maioria das sanções internacionais, mas não conseguiu cumprir as promessas de prosperidade no país, onde o desemprego chegou a 28,8% no ano passado.

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