Rússia pede garantias para apoiar trégua humanitária em Ghouta Oriental

Publicado em 23/02/2018 - 13:29 Por Da Agência EFE - Moscou

Pesados ataques e bombardeios têm sido lançados contra a região de Ghouta Oriental, na Síria

Pesados ataques têm sido lançados contra a região de Ghouta Oriental, na SíriaREUTERS/Bassam Khabieh

A Rússia disse que está disposta a aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para estabelecer uma trégua humanitária em Ghouta Oriental, região controlada por rebeldes na periferia de Damasco, capital da Síria, se existirem garantias de seu cumprimento, declarou nesta sexta-feira (23) o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. A informação é da EFE.

"Onde estão as garantias que os grupos armados vão respeitar esta trégua humanitária? E onde estão as garantias de que eles não vão continuar bombardeando os bairros residenciais de Damasco? Essas garantias não foram dadas", afirmou Lavrov durante uma entrevista coletiva em Moscou ao lado do chanceler do Uzbequistão.

Desde ontem  (22) o Conselho de Segurança da ONU examina emendas propostas pela Rússia a um projeto de resolução, apresentado pela Suécia e pelo Kuwait, visando o estabelecimento de uma trégua e um cessar-fogo de um mês em toda a Síria.

"Para que a resolução seja efetiva, estamos dispostos a pactuar o texto, que será assim: nós propomos uma fórmula que garanta que a trégua seja real e baseada nas garantias para todos os que estão dentro e fora de Ghouta Oriental", afirmou Lavrov.

Violação de direitos

O titular de Relações Exteriores da Rússia disse que a Frente al Nusra - antigo braço da Al Qaeda na Síria - é o principal problema em Ghouta Oriental e afirmou que os "terroristas" utilizam civis como escudos humanos para que o governo sírio e seus aliados sejam acusados de violação do direito internacional.

"Certamente esta não é a primeira vez na história do conflito sírio que a Frente al Nusra, de uma ou de outra maneira se posiciona do lado dos críticos e opositores do governo sírio", disse Lavrov.

A Rússia, que culpa os "terroristas" e os países que os apoiam pela situação em Ghouta Oriental, impediu na noite de ontem a votação da resolução no Conselho de Segurança da ONU para estabelecer na Síria uma trégua humanitária e deu a entender que vetaria a medida.

A proposta da ONU também reivindica a suspensão dos ataques sobre várias áreas, incluído o reduto rebelde de Ghouta Oriental, que é alvo de uma dura ofensiva do regime sírio, que já teria causado mais de 400 mortes desde o domingo.

O Kremlin rejeitou as acusações dos países ocidentais sobre a suposta participação da Rússia nos ataques e bombardeios contra Ghouta Oriental. "A situação lá é responsabilidade daqueles que apoiam os terroristas que continuam presentes ali. E, como vocês sabem, nem a Rússia, nem a Síria, nem o Irã estão nessa categoria", disse ontem Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin.

França reage

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu hoje (23), durante a cúpula informal de chefes de Estado e de governo da União Europeia realizada em Bruxelas, que seus colegas europeus se mobilizem a favor da resolução das Nações Unidas que estabelece uma trégua humanitária na Síria.

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