Congressistas dos EUA apoiam estudantes no pedido de mais controle sobre armas

Publicado em 14/03/2018 - 18:56 Por Da Agência EFE - Washington

Vários legisladores, incluindo os líderes democratas no Congresso, se solidarizaram nesta quarta-feira (14) com centenas de estudantes que saíram às ruas de Washington para pedir um maior controle ao acesso de armas nos Estados Unidos, quando se completa um mês do massacre em uma escola da Flórida. A informação é da EFE.

"Há um mês, 17 americanos, 14 deles crianças, foram assassinados em Parkland, Flórida. Basta!", exclamou o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, diante de centenas de estudantes reunidos na frente ao Capitólio (prédio do Congresso).

O tiroteio na escola de ensino médio de Parkland, ocorrido em 14 de fevereiro, reabriu o debate nacional sobre o acesso às armas e resultou em um movimento estudantil que está lutando para proibir certos tipos de armas e fortalecer o sistema de verificação de antecedentes.

"Nós estamos lutando nesta questão há dez anos. A grande diferença é que agora temos vocês, os estudantes", acrescentou Schumer, que também criticou a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) durante seu discurso.

Rejeição às armas

 

Líder da minoria democrata na Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi

Líder da minoria democrata na Câmara de Representantes dos EUA, Nancy PelosiEFE/Jim Lo Scalzo/Direitos Reservados/Arquivo

Tanto Chuck Schumer como Nancy Pelosi, líder da minoria democrata da Câmara de Representantes, e outros senadores, como Bernie Sanders e Bill Nelson, aproveitaram a manifestação dos alunos para expressar sua rejeição às armas de fogo. Nancy Pelosi assegurou que 97% dos americanos estão de acordo em fortalecer o sistema nacional de verificação de antecedentes usado como requisito para a compra de armas nos EUA.

"Precisamos aprovar uma lei bipartidária que solucione este grande problema o mais rápido possível", afirmou Pelosi em relação a um projeto de lei que pretende reforçar as leis existentes para garantir que as autoridades transmitam os antecedentes penais à base de dados do Sistema Nacional Instantâneo de Verificação de Antecedentes Criminais (NICS, em inglês).

Um dos manifestantes, Edwin Lemus, de 17 anos, pediu ao Congresso e ao presidente Trump que "ponham fim" aos massacres "sem sentido" que estão ocorrendo nos centros educativos do país.
Entre outras ideias, Trump chegou a propor que os professores recebam cursos para saber manejar armas e que dêem aula armados.

"Acredito que essa é uma má ideia, porque ir à escola nos daria ainda mais medo que agora... Não precisamos que os professores levem armas para a sala", disse Lemus, que foi à manifestação com companheiros e professores da sua escola de Maryland.

Michael Kanti, um estudante de 17 anos de Washington, também considerou que esta medida não solucionaria o problema dos tiroteios nas escolas. "Os professores são seres humanos e sua cabeça pode ficar louca de repente também, poderia haver inclusive mais (tiroteios)", declarou Kanti, que reconheceu que é triste que algum dia uma mãe "possa receber uma ligação dizendo que seu filho foi assassinado na escola".

Os 500 estudantes que marcharam hoje na capital se somaram a alunos de mais de 3 mil centros educativos de todo o país que fizeram o mesmo em suas cidades em sinal de luto pelo massacre ocorrido na Flórida e para reivindicar um maior controle sobre a venda de armas.

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