Macron afirma que novo acordo com Irã evitaria potencial guerra

Publicado em 25/04/2018 - 16:33 Por EFE - Washington

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quarta-feira (25), na capital americana, que os Estados Unidos devem se abrir para negociar um novo acordo multilateral com o Irã para diminuir o risco de uma "potencial guerra", caso o presidente americano, Donald Trump, decida deixar o pacto nuclear assinado 2015. a informação é da EFE.

Em discurso no Congresso dos EUA, Macron afirmou que, independentemente da decisão de Trump, a França "não deixará" o acordo de 2015, e disse estar comprometido em garantir que o Irã nunca obtenha uma arma nuclear.

Presidente Emmanuel Macron discursa no Congresso dos EUA
 Macron discursa no Congresso dos EUA - REUTERS/Aaron P. Bernstein/Direitos Reservados

 

Macron insistiu que Trump deveria trabalhar com ele "para construir um novo acordo mais exaustivo" do que o que seus dois países assinaram há três anos com o Irã, China, Alemanha, Rússia e Reino Unido, o Plano Conjunto de Ação Abrangente (JCPOA, na sigla em inglês).

"Seja qual for a decisão dos EUA, não abriremos o veto às ações de rebeldes, não abriremos o veto a um conflito de poderes no Oriente Médio e a uma guerra em potencial", argumentou Macron.

Ameaça 

Em janeiro, Trump ameaçou se retirar do acordo com o Irã se os países europeus signatários do JCPOA (França, Reino Unido e Alemanha) não negociassem com ele o mais rápido possível um acordo paralelo que corrigisse os "defeitos" do original.

Trump planeja anunciar se continua no acordo antes de 12 de maio, data na qual tem que informar ao Congresso americano sobre o grau de cumprimento do pacto nuclear.

Macron tentou convencê-lo a não se retirar do pacto e buscar, por outro lado, um arranjo mais amplo que cobriria "quatro pilares", dos quais o primeiro - "bloquear qualquer atividade nuclear do Irã até 2025" - já está coberto pelo JCPOA.

Além disso, um hipotético novo pacto teria como objetivo bloquear a atividade nuclear do Irã "a longo prazo", além de "acabar com as atividades balísticas" de Teerã e buscar "uma solução política para conter o Irã na região", em países como "Iêmen, Síria, Iraque e Líbano", segundo Macron.

As autoridades de Teerã já rejeitaram a possibilidade de reabrir o acordo e exigiram que os EUA se mantenham nele.

Trump se mostrou ontem (24) mais cético do que Macron sobre a possibilidade de voltar a negociar com o Irã e afirmou que verá "se é possível conseguir um novo acordo (com Teerã) que tenha alicerces sólidos, porque o de agora tem alicerces decadentes".

O presidente francês, por sua vez, defendeu hoje que "não deveríamos abandonar (o acordo original com o Irã) sem ter visto algo mais substancial. Por isso a França não deixará o JCPOA, porque já o assinamos".

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