Paraguai diz ser necessário "redirecionar" objetivos da Unasul

Publicado em 23/04/2018 - 14:54 Por EFE * - Assunção

O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, disse nesta segunda-feira (23) que a União de Nações Sul-americanas (Unasul) - bloco que reúne os 12 países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela - terá que "redirecionar seus objetivos" e se despojar de ideologia para resolver a crise que o bloco atravessa, após a decisão de seis países, incluindo o Paraguai, de suspender a sua participação na organização.

"Vamos ter que redirecionar os objetivos da Unasul, vamos subtrair essa tendência de ideologizar que o nosso órgão sub-regional teve nos últimos anos", declarou Loizaga aos veículos de imprensa. 

Brasília - O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, durante encontro com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, no Palácio Itamaraty (José Cruz/Agência Brasil)
              O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga - José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Paraguai anunciaram que suspenderão suas atividades na  Unasul até a nomeação de um novo secretário-geral, cargo atualmente bloqueado pela Venezuela. A decisão foi enviada em uma carta enviada na última quinta-feira (19) à Bolívia, que neste mês passou a exercer a presidência rotativa do bloco. A medida reduz na prática a União de Nações Sul-americanas à metade, além de retirar da mesa de negociação as maiores economias da região.

No documento encaminhado ao chanceler da Bolívia, Fernando Huanacumi, que está no comando da organização, os seis países informaram que a decisão foi motivada pelo impasse com o governo da Venezuela em relação à escolha do secretário-geral da organização. Na carta, os chanceleres alegam que a Unasul está paralisada desde janeiro de 2017 porque a Venezuela, com o apoio da Bolívia, do Suriname e do Equador, vetou o candidato argentino ao posto de secretário-geral.

Redirecionamento

O chanceler paraguaio disse que os países que decidiram deixar de participar do bloco pensarão sobre o caminho a seguir de aceitar de maneira pactuada uma candidatura para a Secretaria-geral do bloco, e que a decisão das seis nações, anunciada na semana passada, tinha que ter sido tomada antes. 

Loizaga que o candidato argentino José Octavio Bordón reunia todos os requisitos para dirigir o bloco e a "falta de vontade política" impediu a designação de um secretário-geral.

O chefe da diplomacia do Paraguai insistiu que a decisão não é "contra a secretaria pro tempore da Bolívia" e acrescentou que "a Bolívia tem condições de exercer perfeitamente" esse trabalho.

No documento no qual os seis países anunciam que suspendem sua participação é assinalado que a "impossibilidade de designar um secretário-geral por falta de consenso ao redor do único candidato apresentado até o momento" teve "graves consequências para a organização". 

* Com informações da Agência Brasil

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Edição: Augusto Queiroz

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