Uganda negocia com Israel para receber centenas de refugiados africanos

Publicado em 13/04/2018 - 14:22 Por Da Agência EFE - Campala (Uganda)

Imigrantes africanos e ativistas israelenses protestam contra o governo

Imigrantes africanos e ativistas israelenses protestam contra o governo em JerusalémREUTERS/Ammar Awad/Arquivo/Direitos Reservados

Uganda está negociando com Israel para acolher cerca de 500 refugiados eritreus e sudaneses, entre os milhares que o governo israelense quer deportar, informou nesta sexta-feira (13) o secretário de Estado de Preparação para Alívios e Desastres do país africano, Musa Ecweru. A informação é da EFE.

Em comunicado, Ecweru afirmou que os refugiados, antes de sua possível instalação em Uganda, "terão que superar um rigoroso processo de apuração para verificar sua idoneidade para a concessão de asilo no país".

O anúncio aconteceu depois da publicação de informações jornalísticas que falavam que Uganda e Israel tinham assinado um acordo para a transferência dessas pessoas, em troca de apoio militar e econômico israelense para o país africano.

O Executivo de Uganda tinha negado essa informação até hoje, quando o secretário de Estado admitiu que "o governo e o ministério estão considerando positivamente o pedido".

Acordo cancelado

No último dia 3, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cancelou o acordo firmado com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para evitar a deportação forçada de 32 mil imigrantes africanos, que previa a permanência de metade dessas pessoas em solo israelense e transferisse os restantes para países ocidentais.

A maioria dos imigrantes e solicitantes de asilo africanos, que chegaram ao território israelense entre 2006 e 2012, vive na zona sul de Tel Aviv. Parte da população israelense desses bairros vem protestando com firmeza contra a presença desses milhares de imigrantes há anos.

Em janeiro, Israel anunciou um plano de deportação em massa que seria aplicado a 32 mil dos 38 mil imigrantes africanos que se estima que há no país, a maioria eritreus e sudaneses, excluindo 6 mil, que são menores de idade ou casais com filhos pequenos, e começaram a entregar as ordens de deportação a partir de fevereiro.

O plano foi alvo de rejeição social, com protestos que reuniram multidões contrárias à medida do governo e membros de todo o espectro da sociedade civil israelense manifestando solidariedade aos imigrantes.

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