Argentina pede ao FMI linha de crédito stand-by com acesso excepcional

A diretora do FMI, Christine Lagarde, emitiu comunicado sobre o pedido

Publicado em 18/05/2018 - 17:35 Por Agência EFE - Washington

O Diretório-Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) discutiu informalmente nesta sexta-feira (18) o pedido de apoio financeiro da Argentina, que seria do tipo stand-by de acesso excepcional, o que requer uma análise mais rigorosa da instituição, mas abre o caminho para concessão de um crédito maior.

A revelação sobre a linha de crédito solicitada pelo governo do presidente Mauricio Macri foi feita pela diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em comunicado divulgado depois da reunião.

"Hoje eu transmiti ao Diretório-Executivo a intenção das autoridades da Argentina de pedir um acordo stand-by de acesso excepcional que sustentaria o programa econômico do governo", disse.

"As autoridades ressaltaram que os objetivos desse programa incluem a criação de um claro caminho de crescimento forte e sustentável e uma robusta geração de empregos, a recuperação da confiança do mercado por meio de um programa macroeconômico claro que diminua as necessidades financeiras e coloque a dívida pública em uma firme trajetória descendente. Mais importante, tudo isso protegendo os mais vulneráveis nesta transição. Nós apoiamos totalmente essas metas", explicou Lagarde na nota.

No início da semana, uma delegação de representantes do governo da Argentina começou a discutir em Washington os detalhes do plano com técnicos do FMI.

A expectativa é que as conversas prossigam na próxima semana, com a possível participação do ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne.

Apesar de revelar detalhes sobre o pedido da Argentina, o FMI evitou comentar o montante do programa de resgate e o tempo necessário para chegar a um acordo com o país. Analistas estimam que o governo de Macri irá pedir cerca de US$ 30 bilhões.

"A Argentina está enfrentando uma volatilidade financeira significativa, em parte devido às condições financeiras internacionais e também por causa da seca que prejudicou a produção agrícola nacional", ressaltou a diretora-gerente do FMI.

"É nesse contexto que o governo argentino solicitou nosso apoio para contribuir para resistir a esta volatilidade no mercado e proteger o crescimento, a criação de emprego e a coesão social do país", acrescentou Lagarde.

Macri fez na quarta-feira um discurso no qual pediu a formação de um "grande acordo nacional" para acabar com o "flagelo do déficit" e afirmou que o acordo que está sendo negociado com o FMI servirá para apoiar o crescimento sustentável do país.

Há duas semanas, para conter a progressiva valorização do dólar em relação ao peso, o governo da Argentina foi obrigado a injetar confiança no mercado, reduzindo a meta de déficit primário de 3,2% para 2,7%. Já o Banco Central elevou a taxa de juros para 40%.

No entanto, as duas medidas não surtiram efeito sobre a moeda americana, o que fez Macri recorrer ao FMI.

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