Ex-magistrada Alicia Pucheta é designada vice-presidente do Paraguai

A ex-magistrada da Corte Suprema de Justiça (CSJ), Alicia Pucheta, será a primeira mulher a ocupar a vice-presidência do Paraguai. Ela foi designada pelo Congresso em uma sessão extraordinária que contou com a maioria dos votos. A vice-presidência estava vaga desde que o Congresso aceitou, em abril, a renúncia de Juan Afara, do Partido Colorado, para concorrer ao Senado. As informações são da EFE.

A designação de Pucheta abre caminho para que ela se torne mais adiante a primeira presidente do país, se o atual mandatário, Horacio Cartes, renunciar antes do final seu mandato, em agosto, para tomar posse como senador.

Nesse caso, Pucheta ocuparia o cargo apenas até 15 de agosto, quando assumirá o novo governo eleito em abril. Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado, venceu a disputa pela Presidência da República.

Pucheta era a única candidata a ocupar essa vaga, por indicação de vários senadores da situação e com o apoio do próprio Cartes.

A nomeação dela, que renunciou na semana passada como magistrada da Suprema Corte, foi sancionada pelo voto a favor de 27 senadores e 54 deputados, em sua maioria da situação.

A sessão foi comandada pelo presidente da Câmara de Deputados, o colorado Pedro Alliana, já que o presidente do Congresso, Fernando Lugo, se ausentou juntamente com outros quatro senadores da sua legenda, o partido de esquerda Frente Guasu.

A Frente Guasu, como outras legendas de oposição, já tinha se oposto à designação de Pucheta desde que esta assinou, sendo magistrada da CSJ, a decisão que permitiu a habilitação de Cartes como senador.

A oposição apresentou à Suprema Corte, antes das eleições de 22 de abril, uma impugnação da candidatura de Cartes alegando que a Constituição estabelece que um presidente em fim de mandato passa a ser senador vitalício, com voz, mas sem voto, no momento em que conclui seu mandato.

Nesse sentido, alguns legisladores de oposição presentes na sessão votaram contra a designação da magistrada alegando que ela incorreu em prevaricação quando apoiou essa sentença.

A senadora Desirée Masi, do Partido Democrático Progressista (PDP), disse, por exemplo, que "as sentenças da doutora Pucheta são inaceitáveis em uma República".

Por sua parte, o senador Alberto Wagner, do Partido Liberal, o maior da oposição, lembrou que Pucheta, como membro da CSJ, resolveu em 2007 outorgar a nacionalidade paraguaia ao brasileiro Dario Messer, conhecido como "o doleiro dos doleiros"."Não é a pessoa idônea, adequada para o cargo", criticou Wagner.