OEA decide discutir situação da Venezuela em Assembleia Geral

Publicado em 03/05/2018 - 06:15 Por Agência EFE - Washington

A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nessa quarta-feira (2) a inclusão da situação da Venezuela na agenda oficial da sua 70ª Assembleia Geral, que será realizada nos dias 4 e 5 junho em Washington.

A aprovação ocorreu em uma comissão preparatória da assembleia, por 19 votos a favor, cinco abstenções e seis contra, informaram à Agência EFE fontes diplomáticas.

A agenda deve ainda ser aprovada pela própria Assembleia Geral, em sua primeira plenária, explicaram fontes da organização.

O pedido de inclusão do tema foi assinado pelo Brasil, a Argentina, o Canadá, Chile, a Colômbia, Costa Rica, os Estados Unidos, a Guatemala, o México, Paraguai, o Peru e Santa Lúcia.

No documento, os países solicitam que a situação na Venezuela seja incluída para consideração na agenda do encontro.

O novo embaixador dos Estados Unidos na OEA, Carlos Trujillo, informou que está trabalhando em uma resolução de condenação ao governo de Nicolás Maduro, por não permitir a entrada de ajuda humanitária no país.

Além disso, sugeriu que, antes da assembleia, poderia ser apresentado no Conselho Permanente da OEA outro texto, dizendo que o governo que surgir das eleições do próximo dia 20 de maio é ilegítimo.

A crise da Venezuela protagonizou as últimas duas assembleias gerais da OEA, em Santo Domingo e em Cancún, mas nunca esteve oficialmente na agenda oficial das reuniões.

Trujillo, que estreou recentemente em seu cargo na OEA, se expressou em termos muito mais duros que seus antecessores, ao dizer que a Venezuela não deveria estar no organismo, nem deveria sair voluntariamente porque não respeita a democracia e os direitos humanos.

O embaixador, de origem cubana, falou com um grupo de jornalistas, entre eles a Agência EFE, ao término da cerimônia de juramento do cargo, com a presença do vice-presidente dos EUA, Mike Pence.

A Venezuela já pediu para deixar a OEA em 28 de abril de 2017, uma saída que não será efetivada até dois anos após a solicitação.

O governo de Nicolás Maduro decidiu solicitar oficialmente sua saída da OEA, fato sem precedentes na organização, por não concordar que um amplo grupo de países-membros e o secretário-geral, Luis Almagro, abordassem, sem o seu consentimento, a crise no país.

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