Cruz Vermelha alerta que batalha contra ebola no Congo não acabou

Publicado em 14/06/2018 - 08:09 Por Agência EFE - Naitóbi

A batalha contra o surto de ebola, declarado há mais de um mês na República Democrática do Congo (RDC) "não acabou", disse nesta quinta-feira à Agência EFE a diretora para a África da Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV), Fatoumata Nato-Traoré.

Em entrevista na sede da instituição em Nairóbi, após viagem à região afetada, Nato-Traoré alertou que existe risco de transmissão para outras áreas como a capital da RDC, Kinshasa, e para países vizinhos como as repúblicas do Congo e Centro-Africana.

A diferença deste surto para os oito anteriores registrados nesta nação é que agora não se limitou a aldeias nas florestas: "Os últimos focos foram detectados nas florestas e foram contidos nesses locais. Agora, não estão longe de Mbandaka", cidade de mais de 1,2 milhão de habitantes.

Além disso, o acesso às áreas afetadas é muito difícil. Por exemplo, ao epicentro do surto só é possível chegar de helicóptero, o que complica a resposta contra a doença e desacelera tanto a coordenação quanto a divulgação dos dados.

Nato-Traoré afirmou que as prioridades da Federação Internacional da Cruz Vermelha, que conta com quase 300 pessoas na região afetada, passam pela prevenção de riscos e pela quebra da cadeia de propagação. Para isso, está sendo feita uma campanha de conscientização, da qual já participaram 70 mil pessoas, visando a chegar a cerca de 400 mil.

"A população local não está bem informado sobre o ebola, por isso ainda não entende alguns dos procedimentos que as equipes médicas realizam, e estigmatiza os afetados por essa febre hemorrágica", disse a diretora da FICV.

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