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Direitos Humanos

Documentarista brasileira é presa durante protesto na Nicarágua

Da Agência EFE
Publicado em 26/08/2018 - 12:47
Nicarágua
Agência EFE

Pelo menos 16 universitários e três documentaristas, entre eles uma brasileira, foram detidos de "forma arbitrária" nesse sábado (25) pela polícia da Nicarágua. Ele foram presos quando se dirigiam à cidade colonial de Granada para participar de uma passeata contra o governo.

Protestos na Nicarágua
As manifestações contra Ortega e sua mulher começaram devido a fracassadas reformas no sistema previdenciário do país - EFE/Jorge Torres/Direitos Reservados

As 19 pessoas foram detidas na estrada de San Marcos, no departamento de Carazo, quando viajavam para Granada, onde está sendo realizada uma marcha antigovernamental, informou a Coordenadoria Universitária pela Democracia e a Justiça (CUDJ), que faz parte da opositora Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia, a contraparte do governo no diálogo para solucionar a crise nacional.

A fonte indicou que, entre os detidos, se encontra a documentarista de origem brasileira Emilia Mello e seus colegas nicaraguenses Arielka Juárez e Ronny Cajina.

A Polícia Nacional da Nicarágua ainda não se manifestou em relação a essa denúncia. A CUDJ publicou em sua página do Facebook o momento em que foram retidos e tiveram seus pertences revistados por agentes policiais enquanto solicitam ajuda.

"Condenamos a detenção ilegal e exigimos sua libertação imediata", afirmaram representantes do grupo.

Desde o último mês de abril, milhares de nicaraguenses saem às ruas para protestar contra o presidente Daniel Ortega, no marco de uma crise que deixou entre 322 e 448 mortos, conforme organismos humanitários internacionais e locais, enquanto o governo reconhece 198 falecidos e denuncia uma tentativa de golpe de Estado.

As manifestações contra Ortega e sua mulher, a vice-presidente Rosario Murillo, começaram devido a fracassadas reformas da seguridade social e se transformaram em um movimento que exige a renúncia do presidente, depois de 11 anos no poder, em meio a acusações de abuso e corrupção.