Equador anuncia saída da Alba em resposta à crise da Venezuela

Publicado em 23/08/2018 - 23:30 Por Agência EFE - Quito

O Equador anunciou nesta quinta-feira que deixará a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba) em resposta à crise humanitária enfrentada pela Venezuela e o consequente êxodo de venezuelanos, que requer, segundo o governo do país, "uma solução de todas as nações" da região.

"O Equador não continuará sua participação dentro da Alba e tampouco se integrará a outro grupo de países que não propiciem situações construtivas", anunciou o ministro de Relações Exteriores do país, José Valencia, em entrevista coletiva realizada em Quito.

O chanceler explicou que a saída é uma forma de o Equador "reforçar" a busca de uma solução para o problema da Venezuela. Além disso, afirmou que o governo do país mantém uma "posição de princípios" que não se alinha com nenhum grupo em particular.

"O governo do Equador está frustrado com a falta de vontade política do governo da Venezuela, que não buscou uma solução para seu problema", afirmou o chefe da diplomacia do país.

A Alba nasceu como um mecanismo para a cooperação dos países da América Latina e do Caribe, baseado na solidariedade e na complementaridade das economias de seus membros, uma alternativa à proposta da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), feita pelos Estados Unidos.

A participação do Equador na Alba começou a entrar em xeque desde a chegada de Lenín Moreno à presidência do país, em maio de 2017, e em círculos políticos e diplomáticos se dizia que era uma questão de tempo para se concretizar.

A decisão foi anunciada pelo chanceler em uma entrevista coletiva de vários ministros no Palácio de Carondelet, sede da presidência, que tinha como tema a migração em massa de venezuelanos rumo ao Equador.

Valencia destacou que este problema "não pode ser encarado por um país individualmente", mas exige "uma resposta de todas as nações da região", e que a saída do Equador da Alba visa estimular essa solução.

"A saída de cidadãos venezuelanos de seu país é consequência da crise econômica e política da Venezuela. As repercussões são regionais, mas o Equador será sempre solidário", acrescentou o chanceler, além de classificar como "desumana" a atuação do governo da Venezuela por permitir que milhões de pessoas saiam do país como fruto de uma crise política, econômica e social. 

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