EUA se opõem a jurisdição de corte internacional sobre sanções ao Irã

Publicado em 28/08/2018 - 09:21 Por Agência EFE - Haia

Os Estados Unidos (EUA) se opuseram nesta terça-feira (28) à jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para avaliar a suspensão das sanções contra o Irã, já que buscam "exercer forte pressão sobre seus líderes", disse a assessora jurídica do Departamento de Estado americano, Jennifer Newstead.

O Irã se baseou ontem em um Tratado de Amizade assinado com os EUA em 1955, quando os dois países ainda tinham boas relações, para reivindicar perante o alto tribunal da ONU a paralisação das sanções anunciadas em maio pelo presidente norte-americano, Donald Trump

Newstead criticou a utilização de um tratado assinado há mais de 60 anos como "meio" para "aliviar a reimposição das sanções" e disse que o caso está diretamente relacionado com o acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irã com os membros do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido) e a Alemanha.

Os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do pacto em maio e voltaram a impor sanções ao Irã, que já danificaram sua economia, reconheceram os advogados de Teerã.

Em troca da suspensão das sanções internacionais que pesavam sobre o Irã, o acordo de julho de 2015 impôs limites e inspeções ao programa nuclear iraniano, feitas pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), que confirmou seu cumprimento.

A assessora americana afirmou, no entanto, que o acordo não continha "inspeções suficientes" para comprovar o desmantelamento do programa nuclear do país e nem tratava de seu programa de mísseis balísticos.

Ela acrescentou que, em nenhum momento, foi avaliado "o financiamento que o Irã fornece em outros conflitos" no Oriente Médio a grupos considerados terroristas pelos EUA e definiu as ambições nucleares do país como "uma ameaça à segurança nacional" americana.

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