FMI adiantará recursos para que Argentina cumpra programa financeiro

Publicado em 29/08/2018 - 13:31 Por Agência EFE - Buenos Aires

 O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse nesta quarta-feira (29) que, devido à nova "falta de confiança nos mercados" em relação a seu país, chegou a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para antecipar os recursos necessários do crédito de US$ 50 bilhões concedido em junho para garantir o programa financeiro do país.

Em um vídeo institucional divulgado pela presidência, Macri garantiu que a decisão visa "eliminar qualquer incerteza que teria surgido em torno do agravamento do contexto internacional", pois, "ao garantir o financiamento para 2019", isto permitirá "fortalecer a confiança e retomar o caminho de crescimento o mais rápido possível".

A mensagem de Macri chega depois que, nas últimas semanas, por fatores externos, como a crise turca, e internos, como o caso de corrupção que afeta empresários e funcionários do governo anterior, o peso argentino voltou a cair com força. Neste ano, a divisa argentina perdeu mais do 68% de seu valor frente ao dólar.

"Na última semana tivemos novas expressões de falta de confiança nos mercados, especificamente sobre a nossa capacidade de conseguir financiamento para 2019", começa dizendo o presidente no vídeo.

"Por isso, quero anunciar que acordamos com o Fundo Monetário Internacional uma antecipação de todos os fundos necessários para garantir o cumprimento do programa financeiro do próximo ano", acrescenta, sem dar detalhes dos números.

Neste sentido, Macri afirmou que desde o Executivo este apoio será acompanhado "pelos esforços fiscais necessários".

"Trabalho no qual viemos avançando muito bem", ressaltou.

Em 7 de junho, o FMI confirmou que o acordo de crédito com a Argentina de US$ 50 bilhões e que seria desembolsado em três anos.

O governo começou a tramitá-lo no início de maio, em meio a uma crise cambial que agitou a economia argentina e aumentou a incerteza entre o leque político e social, em um país que conta com uma moeda muito afetada pela alta inflação.

Já então, concretizou-se o primeiro lance do empréstimo, no valor de US$ 15 bilhões, para reforçar as verbas orçamentárias e as reservas do Banco Central, enquanto o segundo será tratado com "caráter preucatório".

No entanto, a queda da divisa nacional gerou uma turbulência econômica do país, agravada principalmente pelo contexto internacional, marcado pela alta de taxas nos Estados Unidos e a fuga de capitais dos mercados emergentes a esse país.

"Sei que estas situações tormentosas geram angústia e preocupação em muitos dos senhores. Sei e entendo, mas saibam que estou tomando todas as decisões necessárias para resolver isso", acrescentou na mensagem Macri.

A forte volatilidade cambial já afetou o crescimento do país e aumentou os preços ao consumidor.

"Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para seguir adiante", enfatizou o líder, convencido "mais do que nunca", que "juntos serão superadas as dificuldades".

"Sabemos do que somos capazes quando nos propomos a fazer algo grande juntos", concluiu.

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