Gênova se despede de vítimas de desabamento de ponte e pede justiça

Publicado em 18/08/2018 - 11:03 Por Agência EFE - Roma

Os moradores da cidade italiana de Gênova se despediram neste sábado (18) de 19 vítimas do desabamento de um viaduto com um funeral de Estado no qual pediram justiça, enquanto as famílias de outros 19 mortos preferiram realizar cerimônias privadas.

Durante a noite, os bombeiros encontraram entre os blocos de cimento outras três pessoas no interior de um veículo, um casal e a filha de 9 anos, por isso que o balanço do acidente é de pelo menos 41 mortos.

Esteviveram presentes no funeral  o presidente da República, Sergio Mattarella, o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, os vice-presidentes Luigi di Maio e Matteo Salvini e outros representantes do governo.

No local, coberto por coroas de rosas brancas, foram depositados os caixões de 19 das vítimas.

Funeral de Estado das vítimas do desabamento de ponte em Gênova, na Itália
Funeral de Estado das vítimas do desabamento de ponte em Gênova, na Itália - EFE/Luca Zennaro/Direitos Reservados

Sobre alguns dos caixões foram colocadas as bandeiras dos países de origem das vítimas, já que no acidente, além de italianos, morreram quatro jovens franceses, dois albaneses, três chilenos, um peruano e um colombiano.

Os parentes que receberam as palavras de consolo de Mattarella. Também estiveram presentes os jogadores de futebol das duas equipes da cidade, o Genoa e a Sampdoria.

Com um forte aplauso dos cerca de 5 mil presentes foram recebidos os membros das equipes de bombeiros que desde terça-feira (14) escavaram sem pausa para encontrar as vítimas e que seguem realizando o mesmo trabalho por conta de um desaparecido.

Também foram aplaudidos os membros do governo, que decidiu após o acidente revogar a concessão de gestão das estradas italianas à Autostrade per L'Italia.

Entre os presentes também estiveram o presidente da Autostrade per L'Italia, Fabio Cerchiai, e o executivo-chefe, Giovanni Castellucci, a quem o governo acusa da tragédia por descumprir supostamente com o dever de manutenção do viaduto.

Os parentes dos outros mortos optaram por cerimônias privadas, alguns como protesto perante um Estado que não protegeu as pessoas, como no caso das famílias de quatro jovens de Torre di Greco, uma cidade no Sul da Itália.

"A ponte caiu. Não era só uma parte importante de uma estrada, mas uma via necessária para a vida cotidiana de muitos, uma artéria essencial para o desenvolvimento da cidade. Mas Gênova não se rende", disse em sua homilia o arcebispo de Gênova, o cardeal Angelo Bagnasco.

Bagnasco afirmou que há "uma rachadura no coração de Gênova" e que "qualquer palavra, embora sincera, é pouco perante esta tragédia".

O arcebispo da cidade também falou da necessidade de uma "devida justiça". Bagnasco também dedicou palavras às cerca 600 pessoas que tiveram que deixar suas casas e pediu que "não encontrem só um alojamento temporário, mas possam voltar a ter o calor de uma residência".

"Unidos na dor e no pedido sério de justiça, determinados a não nos render", escreveu antes do funeral no Twitter o ministro de Interior e vice-presidente Salvini.

Por sua vez, o presidente da República também afirmou que será necessário "esclarecer com rigor a responsabilidade" do que denominou de "uma tragédia inaceitável".

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