Impasse entre EUA e Turquia afeta bolsas e pode atingir a Otan

Publicado em 13/08/2018 - 12:33 Por Agência Brasil* - Brasília

As tensões entre os Estados Unidos (EUA) e a Turquia afetam as bolsas de valores da Ásia e atingem também o restante do mundo. As reações ocorrem após o governo norte-americano impor sanções ao país e dobrar as tarifas do aço e do alumínio. Com a decisão, aumentou a desconfiança dos investidores estrangeiros na Turquia e caiu o valor da lira turca no mercado, perdendo mais de 25% só neste mês.

Paralelamente, há ainda o risco de as tensões impactarem na ação das tropas norte-americanas na Síria e na unidade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmam especialistas.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, advertiu que não hesitará em responder se os Estados Unidos mantiverem as medidas. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, afirmou hoje (13) que seu  país fez "o suficiente" para superar as tensões: "Estamos abertos à diplomacia e ao consenso, mas aceitar imposições está fora de cogitação".

O governo do presidente Donald Trump exige que a Turquia liberte o pastor Andrew Brunson, detido há dois anos sob acusações de terrorismo e espionagem. Paralelamente, os turcos acusam os Estados Unidos de apoiar milícias curdas na Síria, consideradas terroristas.

Acusações

Tayyip Erdogan acusou hoje o governo norte-americano de "apunhalar a Turquia pelas costas", mediante medidas econômicas, apesar de ambos os países lutarem juntos em vários conflitos no marco da Otan. Ele criticou a duplicação das taxas tarifárias sobre o aço e alumínio turcos. 

"Existe uma Organização Mundial de Comércio. Não se pode ir dormir e, quando se acorda, existe a notícia de que há novas tarifas ao aço'", disse o líder turco.

Erdogan negou também, como já fez ontem (12) seu genro e ministro de Economia, Berat Albayrak, que a Turquia tenha intenção de confiscar os depósitos em moeda estrangeira ou transformá-las à força em liras turcas para conter a queda da divisa nacional.

*Com informações da Agência EFE

Edição: Nádia Franco

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