Justiça argentina prende 12 empresários e ex-funcionários dos Kirchner

Investigações apontam para pagamento de propina a agentes públicos

Publicado em 01/08/2018 - 19:00 Por Monica Yanakiew - Repórter da Agência Brasil* - Buenos Aires

A Justiça argentina ordenou a prisão de 12 empresários e ex-funcionarios dos governos de Néstor Kirchner (2003-2007) e de Cristina Kirchner (2007-2015).   

Investigações apontam para uma rede de pagamentos de propina em licitações de obras públicas. O caso foi inicialmente revelado pelo jornal La Nacion, que teve acesso a oito cadernos de Oscar Centeno, ex-motorista de Roberto Baratta, então subsecretário do Ministério do Planejamento nos governos dos Kirchner. Centeno e Baratta foram presos nesta quarta-feira.

Nos cadernos, Centeno anotou todas as entregas de dinheiro que fez de 2005 a 2015, além dos nomes e endereços dos que entregavam e recebiam as sacolas. Nas anotações, ele indicou que empresários de construção e energia teriam entregue dinheiro em troca de contratos de obras públicas. O destino das sacolas, em muitas situações, era a residência presidencial ou particular dos Kirchner. Depois de meses de investigação, os jornalistas apresentaram os resultados à Justiça  – o que levou às prisões de hoje (1º).

Um dos empresários detidos é Héctor Sánchez Caballero, da construtora Iecsa, que pertencia a Álgelo Calcaterra, primo do atual presidente da Argentina, Mauricio Macri. 

Cristina Kirchner

As ordens de prisão foram decretadas pelo juiz Claudio Bonadio, responsável por várias investigações envolvendo o governo de Kirchner. Ela foi intimada a depor como acusada no próximo dia 13 de agosto, segundo a Agência EFE. No depoimento, Cristina Kirchner, hoje senadora da oposição, deverá explicar as supostas sacolas com dinheiro de propina que teriam sido levadas a integrantes de seu governo.

O chefe da Polícia Federal da Argentina (PFA), Néstor Roncaglia, disse que o caso está sob segredo de Justiça. Os agentes começaram a operação na madrugada para cumprir os mandados de prisão.

Os agentes apreenderam milhares de dólares e de euros nas operações, além de 14 carros de vários dos presos. Os valores não foram revelados pela Polícia Federal.

O promotor do caso, Carlos Stornelli, informou que todos são investigados por formação de quadrilha. 

* Com informações da Agência EFE

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