Na Nigéria, 33 crianças morreram neste mês nos campos de refugiados

Publicado em 17/08/2018 - 09:49 Por Agência EFE - Nigéria

É crítica a situação de sobrevidência nos campos de refugiados na Nigéria, informa organização dos Médicos Sem Fronteiras.

Pelo menos, 33 crianças morreram famintas e sem assistência médica neste mês de agosto na região noroeste da Nigéria.

A organização alertou nesta sexta-feira que a situação humanitária é "crítica" nos assentamentos de refugiados na Nigéria.

Em comunicado, a MSF informou que começou um programa de emergência nutricional e pediátrica nos campos de apoio do estado de Borno, onde milhares de pessoas vivem sem-teto e sem assistência de saúde.

Se o governo não intervir a situação poderá ficar mais grave ainda, destaca a MSF.

Só no campo situado na cidade de Bama chegaram 10 mil novos refugiados desde abril passado.

A maioria foge de conflitos armados como o entre os militares nigerianos com o grupo jihadista Boko Haram e apresentam condições de saúde muito deteriorada.

O campo de Bama alcançou a capacidade máxima - de 25 mil pessoas - em julho passado e se calcula que já há outros 6.000 dormindo a céu aberto, já que não há teto para todos.

A MSF calcula que, do total da população do campo, 6.000 são crianças de menos de cinco anos.

"As pessoas nem têm utensílios básicos para cozinhar suas porções de comida desidratada e a água não está disponível em quantidades suficientes para cobrir as necessidades mínimas", explicou Katja Lorenz, representante da MSF em Abuja.

"Algumas crianças já estão em estado crítico quando chegam e a precária assistência e o cuidado médico deterioram ainda a saúde dos pequenos", acrescentou Lorenz.

Desnutrição, várias doenças como malária e diarreias têm "consequências catastróficas" nas crianças.

O único hospital da região não está operando, o que obriga a longos deslocamentos até a capital do estado de Borno (Maiduguri) para receber tratamentos.

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