Unicef: quase 2.400 crianças morreram no Iêmen nos últimos três anos

Publicado em 10/08/2018 - 10:03 Por Agência EFE - Sana

Uma mulher deslocada internamente e sua filha olham a cidade de Sanaa, no Iêmen, a partir do telhado do prédio onde estão abrigadas
Mulher e filha olham a cidade de Sana, no Iêmen (Giles Clarke/ONU/Direitos Reservados)

Quase 2.400 crianças morreram no Iêmen nos últimos três anos, informou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A instituição pediu às partes em conflito que respeitem a população civil, após a morte ontem em um bombardeio de mais de 50 pessoas, 29 delas menores.

"Quase 2.400 crianças perderam a vida desde março de 2015 e 3.600 foram feridas gravemente ou mutiladas nessa guerra", disse, em mensagem no Twitter, a representante do Unicef no Iêmen, Meritxell Relano.

Ela manifestou preocupação com a situação na província de Saada (norte), onde um bombardeio ontem deixou 50 mortos e 77 feridos, de acordo com o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha Internacional (CICV) no Iêmen, Johannes Bruwer.

"Estamos muito preocupados com a situação em Saada, onde um número ainda não determinado de crianças morreu e mais 35 pelo menos foram feridas gravemente",afirmou a representante do Unicef.

Meritxell acrescentou que os menores viajavam "em um caminhão, aparentemente para atividades em uma escola" de uma região muito afetada pelo conflito, na qual "muitas crianças morreram".

"Pedimos a todas as partes em conflito que, por favor, respeitem as leis humanitárias, as leis da guerra e que não se produzam mais ataques contra civis, infraestruturas civis, como hospitais, escolas e pontos de saneamento, mas especialmente as crianças, que são as mais vulneráveis", acrescentou a representante do Unicef.


A coalizão árabe confirmou o bombardeio dessa quinta-feira, que ocorreu após a morte de um civil no dia anterior, durante o lançamento de um míssil pelos rebeldes houthis, que também deixou 11 feridos em Yazan, no sudoeste da Arábia Saudita.

O porta-voz da coalizão, Turki al Maliki, qualificou o bombardeio como "uma ação militar legítima contra os elementos que planejaram e perpetraram o ataque contra civis na noite de ontem na cidade de Yazan".

Este não é o primeiro ataque que deixa alto número de vítimas civis no Iêmen. No último dia 2, o bombardeio em um mercado e um hospital próximo em Al Hudaydah deixou mais de 50 mortos, segundo fontes dos rebeldes houthis.

O conflito armado no Iêmen começou em 2014, quando os rebeldes houthis ocuparam Sana e outras províncias, e se agravou em 2015 com a intervenção da coalizão militar integrada por países sunitas e liderados pela Arábia Saudita, a favor das forças leais ao presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi.

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