China diz que é difícil negociar com EUA "com uma pistola na têmpora"

Publicado em 25/09/2018 - 07:33 Por Agência EFE - Pequim

O vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, lamentou hoje (25) as dificuldades que os Estados Unidos colocam na busca de uma solução para a guerra comercial entre as duas economias e afirmou que é difícil de realizar negociações "com os EUA colocando uma pistola em nossa têmpora".

O governo americano "abandonou sua compreensão mútua em relação à China", ressaltou o vice-ministro, em entrevista coletiva transmitida pelos veículos de imprensa oficiais chineses, um dia depois que Pequim e Washington impuseram tarifas sobre as exportações procedentes do mercado de um e de outro, aumentando o conflito comercial.

Wang afirmou que as tarifas chinesas que entraram em vigor ontem, aplicadas a exportações americanas no valor de US$ 60 bilhões, foram uma represália que Pequim não teve escolha de não fazer, e previu que vai doer em alguns exportadores em setores como gás natural liquefeito.

Tarifas

O governo dos Estados Unidos impôs tarifas para as exportações chinesas no valor de US$ 200 bilhões, e as da China se somam aos que iniciaram os dois países em julho, no valor de US$ 50 bilhões, no início da guerra comercial.

O governo chinês publicou ontem um relatório sobre as tensões comerciais com Estados Unidos, e insistiu que a China está tentando responder com "o mais alto nível de paciência e boa-fé" às pressões de Washington, que ele acusou de "intimidação comercial".

Apesar das notícias da imprensa americana que garantiram no fim de semana que a China tinha cancelado uma nova rodada de negociações com os EUA, o relatório disse que a porta para o diálogo permaneceu aberta, desde que as conversas "se baseiem em respeito mútuo e igualdade".

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