China diz a Trump que é absurdo culpar Pequim por guerra comercial

Publicado em 26/09/2018 - 09:28 Por Agência EFE - Pequim

O governo da China afirmou hoje (26) que é "absurdo" culpar Pequim pela guerra comercial suscitada pelos Estados Unidos e convidou Washington a "escutar" as vozes de outros países que, na atual Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), expressaram seu desejo de "promover o multilateralismo e o livre comércio".

"Culpar a China pelo déficit comercial que os EUA têm conosco não faz nenhum sentido", disse, em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, em resposta ao presidente americano, Donald Trump, que afirmou que Pequim está há anos "manipulando" a seu favor o sistema internacional de comércio.

Durante seu discurso ontem na Assembleia Geral das Nações Unidas, Trump voltou a ressaltar que os EUA "não vão tolerar mais" os "abusos" da China, citando a transferência forçada de tecnologia e o roubo de propriedade intelectual, o que acabou provocando a guerra comercial.

"A posição da China é muito clara e o comércio entre os dois países beneficia ambas as partes. Durante as últimas quatro décadas, trouxe benefícios a ambos, e embora seja normal haver atritos e disputas, estas devem se resolver através de negociações, não mediante medidas unilaterais", disse Geng.

Plataforma de debate

Segundo o porta-voz, a Assembleia Geral da ONU deve servir como plataforma de debate para que os membros façam suas propostas, acrescentando que a China espera que os EUA "aproveitem a oportunidade para escutar o que dizem outros Estados sobre promover o multilateralismo, o comércio e a cooperação em nível global".

"Os EUA deveriam pensar em qual papel vão desempenhar para resolver os problemas e desafios que o mundo enfrenta, e no que vão fazer para promover a paz e o desenvolvimento global", acrescentou Geng.

O porta-voz também se referiu a críticas de Trump ao governo da Venezuela, ao qual acusou de ter arruinado o país com "práticas socialistas que só trazem sofrimento, corrupção e decadência".

"Cada país tem o direito de escolher seu próprio caminho de desenvolvimento. Falar de diferentes blocos a esta altura é adotar uma mentalidade própria da Guerra Fria, e acredito que a maioria dos países não quer que isso se repita", disse Geng.

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