Novo governo paquistanês quer "ressuscitar" relações com EUA

O novo governo do Paquistão disse neste domingo que quer "ressuscitar" as relações com os Estados Unidos, abaladas durante a gestão anterior, e esclareceu que os US$ 300 milhões pagos pelo Executivo em Washington não eram auxílio, mas um reembolso do Fundo de Apoio à Coalizão.

"As relações bilaterais estavam quase suspensas quando eu assumi. Temos que ver como avançar. Vamos tentar ressuscitar os laços bilaterais com os princípios de respeito mútuo e compreensão", disse o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, em entrevista coletiva em Islamabad.

Hoje, um porta-voz do Pentágono, o tenente-coronel Kone Faulkner, disse que os militares dos Estados Unidos gastariam US$ 300 milhões em ajuda ao Paquistão e outras "prioridades urgentes" após o fracasso na ação contra grupos insurgentes. No entanto, Qureshi, que insistiu que a luta contra o terrorismo na região é um "objetivo comum" e que o Paquistão tem trabalhado "muito" para isso, disse que o dinheiro cancelado pelos Estados Unidos não era ajuda.

"Quero esclarecer que os 300 milhões não eram um auxílio, de fato, este foi o Fundo de Apoio Coalizão. Este é o dinheiro que o Paquistão gastou de uma reserva e eles tinham que reembolsar", disse o ministro.

A confirmação da suspensão, que deve ser aprovada pelo Congresso, foi divulgada alguns dias antes de o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visitar Islamabad. A expectativa é de que um encontro entre as autoridades aconteça na quarta-feira.

Durante a entrevista, Qureshi disse: "Eles vão dar o ponto de vista deles e nós daremos o nosso".

Nos últimos meses, os Estados Unidos pediram ao governo do Paquistão para abordar a contínua presença da Rede Haqqani, uma facção do Talibã afegão, no seu território. Os laços entre Estados Unidos e Paquistão estão mais frágeis desde que o presidente Donald Trump acusou o país de permitir que grupos terroristas atacassem o Afeganistão.