Rússia adverte os EUA após novas sanções: "Estão brincando com fogo"

Publicado em 21/09/2018 - 06:05 Por Agência EFE - Moscou

A Rússia advertiu nesta sexta-feira (21) os Estados Unidos (EUA) que deixem "de brincar com fogo", após a imposição de uma nova rodada de sanções contra indivíduos e empresas russas feita por Washington.

Em comunicado divulgado no site do Ministério das Relações Exteriores russo, o vice-chanceler Sergei Ryabkov pediu que Washington não se esqueça de conceito como a estabilidade global que, segundo ele, está sendo minado por causa de suas ações contra a Rússia.

Washington impôs ontem sanções contra 33 indivíduos e empresas por suas relações com o Kremlin, incluindo o empresário Yevgeny Prigozhin. Ele é acusado pela imprensa ocidental de arquitetar a campanha de desinformação contra os EUA na internet.

Sergei Ryabkov de 2013. EFE/Fabrice Coffrini
O vice-chanceler Sergei Ryabkov pediu que os EUA não se esqueçam da necessidade de estabilidade global  Sergei Ryabkov EFE/Fabrice Coffrini/2013 /direitos reservados

Trata-se da rodada de restrições "número 60" que os Estados Unidos aplicam à Rússia desde 2011, lembrou Ryabkov, sugerindo que essa política já se tornou uma espécie de "entretenimento nacional".

Na opinião do número "dois" da diplomacia russa, a cada nova rodada de sanções é certificada a falta do efeito da anterior, e as "várias listas negras dos EUA se repetem cada vez mais".

Para Ryabkov, os autores das sanções esperam impor suas condições à Rússia, "exercendo um pouquinho mais de pressão", mas "nunca e ninguém irá conseguir", assegurou. "Recomendamos aos operadores do mecanismo de sanções em Washington que deem uma breve olhada na nossa história e deixem de fazer barulho inutilmente".

Além de Prigozhin, apelidado de "chef" do presidente Vladimir Putin, também figuram entre os sancionados pelos Estados Unidos 24 russos acusados de influenciar as eleições americanas de 2016 pelo promotor especial Robert Mueller. Ele estava encarregado de investigar se houve algum tipo de coordenação entre o Kremlin e membros da campanha do atual presidente, Donald Trump, durante a disputa.

Entre as empresas russas atingidas pelas novas restrições está o Grupo Wagner, uma companhia de segurança privada supostamente usada por Moscou para combater na Síria, assim como a Oboronlogistika, que fornece alimentação e transporte para as tropas da Rússia na Crimeia, e a KnAAPO, que fabrica aeronaves em território russo.

Os EUA impuseram ainda sanções para a companhia chinesa Equipment Development Department (EDD) e a seu diretor, Li Shangfu, por ter comprado armas para a empresa estatal Rosoboronexport, a maior exportadora russa de armas, que anteriormente já tinha sido sancionada por Washington.

Moscou sentiu que as restrições têm impacto na entrega futura para a China dos caças russos Sukhoi Su-35 e dos mísseis s-400.

"Estou convencido de que esses contratos serão cumpridos dentro dos prazos acordados", disse o senador russo, Franz Klintsevich.

Para ele, as novas sanções dos EUA não são mais que uma amostra de "concorrência desleal".

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