Casos de ebola chegam a 200 no Congo, com 125 mortes

Publicado em 12/10/2018 - 11:30 Por Agência EFE - Genebra

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, nesta sexta-feira que os casos de ebola no atual surto na República Democrática do Congo (RDC) chegaram a 200, dos quais 125 morreram, o que confirma novamente a alta mortalidade da doença.

O surto ocorre na província de Kivu do Norte e se concentrou, nas últimas semanas, em uma de suas três cidades principais, Beni, de onde procedem 82% dos novos casos, acrescentou o porta-voz da organização, Tariq Jasarevic.

Apenas nessa última semana, 35 pessoas infectadas foram contabilizadas no total, das quais 29 residem em Beni, onde a OMS antecipou que irá concentrar esforços.

Trabalhadores da saúde são dedetizados após visitarem centro de isolamento de doentes de ebola no hospital de Bikoro, Congo. REUTERS/Jean Robert N
Centro de isolamento de doentes de ebola no Congo - Jean Robert N'Kengo/Reuters

Uma das principais razões para a expansão do vírus nessa cidade do leste da República Democrática do Congo é a insegurança, lembrou o porta-voz.

Kivu do Norte e outras províncias vizinhas são cenários de um conflito armado, que envolve as forças governamentais e várias facções armadas rebeldes.

Um ataque recente, que deixou vários civis mortos, obrigou a OMS a suspender por alguns dias suas atividades de monitoramento epidemiológico, de acompanhamento das pessoas que tiveram contato com doentes, assim como de vacinação.

"Os ataques não estão dirigidos contra os trabalhadores que lutam contra o ebola, mas não permitem que as equipes funcionem com toda a sua capacidade diariamente. Às vezes, (os profissionais de saúde) podem ir a certas áreas apenas por algumas horas porque há protestos ou troca de tiros", explicou Jasarevic.

Uma parte da população dessa região do país africano mostrou desconfiança e se recusa a seguir as recomendações da OMS para conter a transmissão do ebola, seja pelas sequelas causadas por décadas de conflito ou por crenças locais.

"Seguimos vendo casos de gente que primeiro recorrem a curandeiros, que combinam medicina moderna e tradicional, e demoram a comparecer aos centros de tratamento, o que torna mais difícil salvar suas vidas", acrescentou o porta-voz.

Para controlar o surto, 15 mil pessoas - entre elas profissionais de saúde - foram vacinadas contra o ebolam além de 8 mil que mantiveram contato com os doentes enquanto estavam com o vírus em processo de incubação ou quando começaram a apresentar sintomas.

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