Corpo de Khashoggi foi dissolvido, diz assessor do presidente turco

Publicado em 02/11/2018 - 11:24 Por Agência EFE - ISTAMBUL

O corpo do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado há um mês no consulado da Arábia Saudita em Istambul, foi esquartejado e dissolvido em uma substância química, afirmou Yasin Aktay, assessor da Presidência da Turquia, ao jornal Hürriyet.

Os assassinos do jornalista, crítico do regime saudita e que vivia exilado nos Estados Unidos, desmembraram o corpo para que fosse dissolvido com mais facilidade, segundo Aktay.

"Sabíamos que o corpo de Khashoggi tinha sido desmembrado, mas agora vemos que não só o esquartejaram, mas também o dissolveram", declarou Aktay, assessor da cúpula do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco) do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e amigo pessoal de Khashoggi.

"De acordo com as últimas informações, a razão pela qual ele foi cortado em pedaços foi para poder dissolvê-lo mais facilmente. O objetivo era não deixar vestígios do corpo", acrescentou Aktay.

O Ministério Público da Turquia declarou na quarta-feira (31) que o corpo do jornalista tinha sido esquartejado.

"Isso é o que também revela a declaração do Ministério Público. Não há nada razoável que possa responder a isso. Matar uma pessoa inocente é um crime, tratar o corpo assim é outro crime e uma vergonha", acrescentou Aktay.

"[O corpo] foi procurado em todos os lugares que aparecem no sistema de câmeras de vigilância, mas não foi encontrado. O que há são indícios", acrescentou o assessor de Erdogan.

O Ministério Público de Istambul prometeu que continuará investigando o caso, apesar da pouca colaboração das autoridades sauditas durante a visita do procurador-geral do reino, encarregado do caso, que esteve nesta última semana em Istambul.

Khashoggi, de 59 anos, que estava estabelecido em Washington, nos Estados Unidos, desapareceu em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, quando foi ao local recolher documentos necessários para poder se casar com sua noiva turca.

O jornalista era esperado no consulado por um comando de aproximadamente 15 agentes do seu país, que tinham viajado para Istambul poucas horas antes e retornaram a Riad no mesmo dia.

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