Integrantes de caravana abrem processo contra governo americano

Membros da caravana de imigrantes que saíram de Honduras rumo aos Estados Unidos apresentaram, por meio da organização Nexus Services, um processo em um tribunal federal de Washington contra o governo do presidente americano, Donald Trump. As informações são da Agência EFE.

Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (2) em Los Angeles, o presidente da organização, Mike Donovan, disse que os responsáveis pela abertura da ação são María Doris Pineda, Jasmine Ortega Sánchez, Dina Ruc, Marta López, Francisco Javier Castillos e Holivia Adeline Castillos, todos com processos em seus nomes e nos nomes dos filhos menores de idade.

A demanda, apresentada ontem (1º), dirige-se ao presidente do país, à Agência de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), ao Departamento de Segurança Nacional (DHS) e a instituições como o Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP) e o Serviço de Imigração e Cidadania (USCIS).

Trump anunciou nesta semana que enviará cerca de 15 mil militares para enfrentar a chegada de duas caravanas com milhares de imigrantes que cruzam o México rumo ao território americano. Ele afirmou ontem que essas tropas poderão abrir fogo caso sejam atacadas “com uma pedra” por membros da caravana.

Por meio do processo, a Nexus Services disse que procura “proteger indivíduos e famílias do comportamento xenófobo do presidente Trump e de seu governo, defendendo os direitos de quem busca liberdade, justiça e felicidade”. O grupo pediu ao tribunal a proteção destes indivíduos que buscam asilo, contra “as políticas ilegais de Trump e a sua aplicação por parte do Exército e demais agentes federais armados, assim como por milícias nacionalistas brancas portadoras de armas”.

“A lei federal permite que o imigrante solicite asilo nos Estados Unidos. O presidente Trump e seu governo usaram uma ‘aplicação aumentada’, como separar famílias e estender a detenção para violar os direitos dos imigrantes. Agora, o presidente enviou soldados à fronteira sul para deter a imigração legal e aos legítimos motores de busca de asilo”, disse Donovan.

Ele ainda destacou que a retórica do presidente americano inspirou pessoas racistas portadoras de armas a se juntarem na fronteira com o desejo de atirar e matar imigrantes, muitos deles mulheres e crianças.

“O presidente está violando a lei federal, pisando nos direitos dos americanos e dos imigrantes legais de não serem submetidos ao uso do Exército para fazer cumprir a lei e preparou uma catástrofe em potencial na fronteira dos Estados Unidos com o México, tudo isso em nome do nacionalismo branco e com o objetivo de ganhar pontos políticos”, afirmou.