Governo francês denuncia "ataque" ao Arco do Triunfo em manifestação

Publicado em 01/12/2018 - 13:37 Por Agência EFE - Paris

O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, denunciou hoje (1º) ataque ao Arco do Triunfo durante a manifestação dos "coletes amarelos", onde um grupo de arruaceiros forçaram as barreiras de proteção e vandalizaram o monumento.

"Quero dizer que me surpreendeu muito este questionamento aos símbolos da França: o fato de o Arco do Triunfo ter sido pichado, que em volta do túmulo do soldado desconhecido pudesse ocorrer uma manifestação. Não estou feliz com estas imagens, elas me surpreendem", declarou Philippe.

Os manifestantes mais violentos forçaram as barreiras que cercavam o monumento e fizeram uma pichação que dizia: "Os coletes amarelos triunfarão".

O primeiro-ministro deu os números de participação nas mobilizações dos "coletes amarelos" contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis e a perda de poder aquisitivo, que chegam a 5.500 em Paris e 36 mil em toda a França.

"Desde muito cedo, indivíduos equipados e determinados a provocar as forças da ordem se reuniram na parte externa do perímetro estabelecido para permitir uma manifestação ordenada. Eles mostraram grande violência em ataques, que a própria polícia considerou de uma violência extraordinária", disse o chefe de governo.

Há informações de que apenas pela manhã houve 122 detenções, algumas envolvendo manifestantes que chegaram armados com objetos que podiam ser utilizados de forma violenta, como martelos.

Philippe insistiu na vontade do governo de dialogar com os que desejam transmitir sua mensagem junto com organizações sindicais e políticas e defendeu o direito de reunião e expressão, mas se mostrou firme em "não deixar passar" nenhuma ação violenta.

Enquanto as cenas de caos se repetiam em torno da Praça Charles de Gaulle, onde fica o Arco do Triunfo, cerca de 500 manifestantes protestavam de forma pacífica ao longo da avenida Champs-Élysées.

No terceiro sábado consecutivo de protestos dos "coletes amarelos", o movimento mostrou sua divisão entre manifestantes pacíficos e outros cada vez mais radicalizados.

"Quero que a tensão suba, porque se continuarmos sendo amáveis ninguém vai nos ouvir", argumentou um manifestante, em entrevista à emissora "BFM TV".

Entre as reivindicações dos manifestantes, além da rejeição ao aumento do imposto sobre combustíveis, está o aumento do salário mínimo, a redução do preço dos aluguéis e até mesmo a renúncia do presidente, Emmanuel Macron.

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