Na inauguração da COP24, Polônia justifica uso de carvão no país

Publicado em 03/12/2018 - 14:12 Por Agência EFE - Katowice (Polônia)

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, defendeu hoje (3), durante a sessão inaugural da Cúpula do Clima (COP24), em Katowice, a importância do carvão na economia do país, e afirmou que seu uso não está em conflito com a necessidade de combater a mudança climática.

"O uso dos recursos naturais próprios, no caso da Polônia do carvão, e a segurança energética que isso nos traz não estão em conflito com a proteção do clima e com o avanço para uma política climática mais ativa", disse.

Cop 24, Clima, Polônia
Cúpula do Clima (COP24) reúne representantes de diversos países em Katowice, na Polônia (Reuters/Kacper Pempel/Direitos Reservados)

A afirmação de Andrzej o distanciou dos demais líderes que apostaram em reduzir o uso de combustíveis como o carvão.

O presidente também destacou que a Polônia conseguiu reduzir suas emissões de carbono em 30% nas últimas três décadas, "enquanto mantém um crescimento econômico dinâmico".

Carvão

O país ainda depende em 80% do carvão para produzir sua energia, mas pretende reduzir essa medida a 60% até 2030 e a 30% para 2040, tomando como referência os níveis de 1990, graças a uma política energética baseada na energia nuclear (com a conexão à rede em 2033 da primeira das seis usinas previstas) e fontes renováveis.

Para o presidente polonês, "os diferentes países devem abordar a política econômica e climática de uma maneira realista, e evitar situações que ameacem a estabilidade de suas sociedades", já que, embora "a ação climática represente muitas oportunidades e benefícios econômicos, sociais e de saúde, também gera custos, especialmente em regiões tradicionalmente baseadas nos combustíveis fósseis".

"Estes desafios estão presentes, por exemplo, aqui na Silésia [região polonesa onde fica Katowice], onde a mineração de carvão foi um importante fator de desenvolvimento durante décadas, proporcionando combustível para a economia e empregos estáveis."

"Portanto, é importante que a transição para uma economia com baixas emissões não represente uma ameaça para a segurança econômica de regiões como esta", finalizou.

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