Trump: crise na França mostra que Acordo de Paris é "defeituoso"

Publicado em 05/12/2018 - 08:16 Por Agência EFE - Washington

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou que a decisão do presidente da França, Emmanuel Macron, de congelar o aumento de impostos sobre os combustíveis na França confirma que ele tem razão nas críticas ao Acordo de Paris sobre mudança climática, que tachou de "defeituoso".

Em duas mensagens no Twitter, Trump reagiu à concessão de Macron diante do movimento dos "coletes amarelos", após os violentos protestos do final de semana na França, e a interpretou como um respaldo à sua decisão de retirar-se do Acordo de Paris, apesar de o governo francês seguir apoiando o pacto.

Manifestantes dos coletes amarelos bloqueiam o acesso a uma refinaria de petróleo em Frontignan (França).
Manifestação dos coletes amarelos na França - Guillaume Horcajuelo/EFE/Direitos reservados

"Fico feliz que meu amigo @EmmanuelMacron e os manifestantes em Paris tenham se mostrado de acordo com a conclusão à qual cheguei há dois anos", escreveu Trump na conta no Twitter.

"O Acordo de Paris é irremediavelmente defeituoso, porque sobe o custo da energia para os países responsáveis, enquanto encobre alguns dos que mais poluem no mundo", acrescentou.

Trump destacou que quer "ar e água limpos" e garantiu que fez "grandes avanços para melhorar o meio ambiente nos Estados Unidos", mas ressaltou que "os contribuintes e trabalhadores americanos não deveriam pagar para limpar a poluição de outros países".

A lacuna entre os Estados Unidos e o resto da comunidade internacional no que se refere à mudança climática voltou a ficar clara neste final de semana, durante a Cúpula dos Líderes do G20 em Buenos Aires.

No comunicado final da reunião, os signatários do Acordo de Paris deixaram claro que esse pacto "é irreversível" e se comprometeram com sua aplicação, enquanto os EUA reiteraram, em um ponto à parte, a decisão de retirar-se dessa regulação internacional.

O governo francês anunciou hoje que suspenderá, durante seis meses, a alta da chamada "taxa carbono" sobre o combustível, dentro da estratégia de reduzir a dependência do petróleo e favorecer uma economia com menores emissões de dióxido de carbono para lutar contra a mudança climática.

Macron se viu obrigado a recuar após os violentos protestos dos "coletes amarelos", que começaram sua reivindicação contra o aumento dos impostos sobre o combustível e a ampliaram depois contra a perda de poder aquisitivo.

Últimas notícias