Doadores prometem U$ 1,2 bi para reconstrução de Moçambique

País foi severamente atingido por fortes ciclones há poucos meses

Publicado em 03/06/2019 - 17:40 Por Agência Brasil - Brasília e Nova York

Doadores internacionais prometeram contribuir com US$ 1,2 bilhão, para a reconstrução das áreas atingidas pelos ciclones Idai e Kenneth em Moçambique. O anúncio foi feito pelo presidente do país, Filipe Jacinto Nyusi, no final de uma Conferência Internacional de Doadores que aconteceu até sábado (1o) na cidade da Beira.

Em seu discurso, Nyusi agradeceu “ao apoio crucial e as ações das Nações Unidas, sobretudo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da Federação Internacional da Cruz Vermelha, na resposta imediata humanitária após os sinistros climáticos.”

Sala na Beira, Moçambique, onde aconteceu a Conferência Internacional de Doadores, ONU Moçambique
Sala na cidade da Beira, Moçambique, onde aconteceu a Conferência Internacional de Doadores - Foto: ONU News

Durante a conferência, foi lida uma mensagem do secretário-geral da ONU, o português António Guterres, na qual o mesmo pediu uma “resposta generosa” da comunidade internacional “para traduzir em gestos concretos a solidariedade para com um país que sofreu uma das piores catástrofes ambientais jamais vividas em África.”

Guterres assegurou que “a ONU intensificará a sua ação em Moçambique para fazer face aos efeitos, de curto e médio prazo, da catástrofe”. Segundo ele, os desastres em Moçambique alertam “também para a urgência do combate às alterações climáticas.”

Necessidades e respostas

Secretário-geral da ONU, António Guterres
 António Guterres - Foto: ONU/ Mark Garten

O chefe da ONU diz que existem “enormes desafios”, como atender às necessidades básicas das populações, e combater o risco de epidemias e o impacto alimentar devido à perda das colheitas.

Guterres lembrou que Fundo Central das Nações Unidas de Resposta a Emergências já disponibilizou um total de US$ 24 milhões e “as Nações Unidas e os seus parceiros humanitários mobilizaram-se, desde a primeira hora.”

Segundo ele, as Nações Unidas “apoiaram, no terreno, os esforços do governo moçambicano, contribuindo para a coordenação do apoio internacional, distribuindo alimentos, água potável e medicamentos e disponibilizando abrigo aos desalojados.”Para Guterres, “o apoio humanitário de emergência dará, progressivamente, lugar a um apoio à reconstrução e aos esforços do governo local de desenvolvimento do país.”

Ele terminou dizendo: “as Nações Unidas não se esquecerão de Moçambique.”

Ajuda brasileira

Aeronaves da FAB pousaram em Moçambique transportando mais de 20 toneladas de suprimentos e equipamentos, além de 40 militares da Força Nacional e do Bombeiros de Minas Gerais para ajuda às vítimas do Ciclone Idai.
Aeronaves da FAB levaram a Moçambique mais de 20 toneladas de suprimentos e equipamentos, além de 40 militares da Força Nacional e dos Bombeiros de Minas Gerais para ajuda às vítimas do Ciclone Idai. - Divugação Força Aérea Brasileira

O contingente brasileiro da Força Nacional de Segurança Pública, que se encontra em Moçambique, em trabalho de assistência humanitária na cidade de Beira e nas regiões atingidas pelos ciclones Idai e Kenneth, teve a sua permanência prorrogada até o dia 7 de junho.

A prorrogação atende a manifestação feita pelo Ministério das Relações Exteriores. Os 24 bombeiros brasileiros que estão agora em Moçambique chegaram para render o efetivo que estava no país desde o início de abril, trabalhando na missão de ajuda humanitária, após a passagem do ciclone Idai, no dia 14 de março.

Além dos bombeiros, o governo brasileiro enviou, no âmbito do Grupo de Trabalho Interministerial sobre Assistência Humanitária Internacional, coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores, dois aviões de transporte Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (FAB), com ajuda humanitária para Moçambique.

Edição: Augusto Queiroz

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