Continuam as buscas por aeronave chilena que desapareceu na Antártica

Avião C-130 levava 38 pessoas a bordo

Publicado em 11/12/2019 - 11:59 Por Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil - Montevidéu

Continuam as buscas pelo avião militar chileno Hercules C-130, desaparecido na noite de segunda-feira (9), que saiu de Punta Arenas, no sul do país, para a Base Eduardo Frei Montalva, na Antártica. A Marinha chilena realiza um intenso trabalho de busca e resgate, tendo despachado diversos aviões e navios para a região. O Chile está recebendo ajuda de diversos países, inclusive do Brasil.

O voo, com 38 pessoas a bordo, saiu de Puntas Arenas às 16h55, tendo feito seu último informe às 17h44 e seu último registro de localização às 18h13. Após ter se esgotado o tempo de autonomia da aeronave, ela foi considerada desaparecida pelas autoridades chilenas.

Força Aérea do Chile informou que
Avião C-130 saiu de Punta Arenas para a Base Presidente Eduardo Frei Montalva - Divulgação/Google Maps

"Ainda não conseguimos localizá-la. Estamos fazendo todos os esforços imagináveis, humanos e materiais. Para as famílias, que estão em um momento atroz de dor, daremos todo o apoio e todas as explicações que merecem. Vamos procurar os 38 passageiros sem limitar recursos, dia e noite, fazendo tudo o que é humano e técnico ao nosso alcance", disse o ministro da Defesa, Alberto Espina.

O avião transportava 17 tripulantes e 21 passageiros, em missão de apoio logístico à base na Antártica, para revisar um oleoduto flutuante de abastecimento de combustível e realizar um tratamento anticorrosivo nas instalações nacionais no local.

A região onde o avião desapareceu está localizada em Paso Drake ou Mar de Drake, e é uma extensão de mar de cerca de 800 quilômetros (km), que conecta o Oceano Atlântico ao Pacífico, entre a América do Sul e a Antártica. Tem uma profundidade média de 3.400 metros. É considerado um dos lugares mais tempestuosos do planeta, com ventos que superam os 70 km/h e ondas de mais de 8 metros de altura.

Um comunicado emitido ontem (10) pela Força Aérea do Chile informa que foram deslocados para a região dois navios mercantes chilenos, quatro navios mercantes estrangeiros, cinco navios da Marinha do Chile e 12 aeronaves chilenas. Além disso, participam da busca dois aviões C-130 - um do Uruguai e outro da Argentina; e duas aeronaves P-3 - uma da Força Aérea Brasileira e outra do Reino Unido. A aeronave brasileira decolou do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, às 7h45 da manhã desta quarta-feira (11), com pouso estimado em Punta Arenas, no Chile, às 11h30 (horário de Brasília).

Ainda foram enviadas duas órbitas de satélite dos Estados Unidos para captura de imagem e uma órbita diurna por satélite FASat Charlie. A Marinha do Brasil enviou também o navio polar Almirante Maximiano para ajudar nas buscas ao avião. O Ministério da Defesa brasileiro informou que a embarcação já chegou ao local da possível queda do avião chileno e já realiza busca visual, por radar e por ecobatímetro (dispositivo utilizado para detectar objetos no fundo do mar).

Familiares

Na manhã de hoje (11), o porta-voz da Força Aérea chilena, general Eduardo Mosqueira, informou que os familiares dos tripulantes e passageiros embarcaram em um Boeing 737 rumo a Punta Arenas. De acordo com o porta-voz, viajaram 103 pessoas. Além de familiares, o Boeing levava sociólogos, psiquiatras, oficiais e pessoal para manutenção de aeronaves.

Familiares de passageiros do avião que desapareceu na Antártica vão à Base Aérea de Santiago - REUTERS/Pablo Sanhueza/File Photo
Familiares de passageiros do avião que desapareceu na Antártica vão à Base Aérea de Santiago - REUTERS/Pablo Sanhueza/File Photo

O general Mosqueira disse ainda que as buscas devem levar seis dias, podendo se estender por mais quatro dias. "As condições meteorológicas estão para operar em boa forma para a busca do C-130", disse o porta-voz, ressaltando a melhora nas condições climáticas da região no dia de hoje.

“O Paso Drake é muito complicado. Estamos falando de condições climáticas de baixa altitude, que nos afetam no processo de busca. Hoje, as condições de visibilidade e altitude na área melhoraram para que possamos ter maiores expectativas de busca para encontrar algo", disse Mosqueira.

* Matéria alterada às 12h17 para acrescentar informações

Edição: Fernando Fraga

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