PF investiga suspeita de fraude na compra de próteses no Ceará

Publicado em 14/02/2019 - 17:29 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Polícia Federal deflagrou hoje (14) operação para desarticular um suposto esquema de corrupção envolvendo médicos ortopedistas que trabalham em hospitais públicos no Ceará. Entre os alvos da chamada Operação Fratura Exposta também estão os responsáveis por uma importadora de material médico-cirúrgico e dirigentes da organização social Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), que administra o Hospital Regional do Cariri.

Cerca de 80 policiais federais participaram da ação, cumprindo dois mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal.

No total, 14 suspeitos estão sendo investigados. De acordo com a PF, médicos que trabalhavam nos hospitais públicos requisitavam produtos superfaturados da empresa suspeita de integrar o esquema e, em troca, recebiam comissões. A negociação onerava os custos dos procedimentos cirúrgicos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela organização social contratada pelo estado do Ceará para gerenciar o Hospital do Cariri.

Ainda de acordo com a PF, as irregularidades vêm sendo investigadas desde 2016, a partir de notícia-crime apresentada à Polícia Federal. Os investigadores acreditam que as fraudes ocorreram entre os anos de 2013 e 2018. A PF estima que, somente entre os anos de 2013 e 2016, os investigados movimentaram cerca de R$ 1,8 milhão em vantagens indevidas.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de associação criminosa e corrupção ativa e passiva, pelos quais podem ser condenados a penas que variam de 2 a 12 anos, conforme o nível de participação no esquema.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) diz que já acionou a Procuradoria-Geral do estado para se inteirar do teor da investigação. "A Sesa informa que é de seu total interesse que todos os fatos sejam devidamente investigados e que os envolvidos em qualquer irregularidade sejam punidos dentro da lei."

Edição: Nádia Franco

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