Muçulmanos nos Estados Unidos rejeitam proposta antimigração de Donald Trump

Publicado em 08/12/2015 - 06:00 Por Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil - Atlanta (EUA)

Norte-americanos islâmicos rejeitaram, na noite dessa segunda-feira (7), a proposta do pré-candidato à Presidência, Donald Trump, de impedir a entrada de qualquer muçulmano no país. O diretor executivo do Conselho de Relações Islâmico-Americanas, Nihad Awad, chamou Trump de “irresponsável e antiamericano”, após as declarações de Trump sobre seu plano de impedir a entrada de muçulmanos, para “proteger os Estados Unidos de grupos extremistas”. O pré-candidato republicano é um dos líderes entre os conservadores na corrida eleitoral.

Nihad disse que é justamente o discurso de Trump o que atrai o ódio e o radicalismo de grupos como o Estado Islâmico – que não tem relação com os que professam a fé islâmica. "Donald Trump se parece com um líder de linchamento", disse Nihad Awad.

Para ele, a postura de Trump dá combustível à organização para atrair novos seguidores e radicalizar as ações contra o ocidente, sobretudo os Estados Unidos. “Desta maneira, ele, Trump, acaba fazendo o jogo do grupo e jogando os norte-americanos uns contra os outros”, afirmou.

Anteriormente, após os ataques em Paris e, recentemente, após o tiroteiro em San Bernardino, na Califórnia, quando dois cidadãos muçulmanos dos Estados Unidos dispararam e mataram 14 pessoas, Trump propôs vigiar mesquitas e abrir um banco de dados para cadastrar todos os que professam a religião islâmica no país.

No domingo (6), o presidente Barack Obama havia feito um chamado ao país contra a intolerância e para que as pessoas não se virem "umas contra as outras por medo”.

Em suas declarações, ele afirmou que "o país não tem escolha" e que deveria se lembrar dos episódios do 11 de setembro, para tomar uma posição frente "às ameaças". A estimativa é de que mais de 7 milhões de muçulmanos vivam nos Estados Unidos.

Esta não é a primeira vez que Trump se posiciona contra imigrantes. Ele já prometeu retirar imigrantes latinos ilegais, sobretudo mexicanos, e terminar a construção do muro em alguns trechos da fronteira terrestre entre os Estados Unidos e o México.

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