Crescimento caótico das cidades é fruto de política econômica excludente, diz professor

25/08/2005 - 2h27

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O crescimento caótico das cidades brasileiras é fruto de uma "política econômica altamente excludente". A opinião é do professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense, Gerônimo Leitão. Ele foi um dos convidados do programa Diálogo Brasil desta quarta-feira (24), que discutiu problemas decorrentes do desenvolvimento urbano desordenado.

O professor revelou que atualmente, cerca 10 milhões de famílias brasileiras vivem sem qualquer infra-estrutura urbana e saneamento básico. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que apenas 31% da população brasileira moram em casas atendidas pela rede de esgoto e 79% têm acesso a água encanada.

Segundo Leitão, a recuperação de espaços habitacionais criados informalmente é mais oneroso do que um planejamento urbanístico adequado". É evidente que a ocupação irregular de uma encosta faz com que os custos necessários para resolver problemas futuros sejam muito mais elevados do que aqueles para promover um assentamento planejado".

Gerônimo Leitão disse ainda que as favelas "são estratégias de sobrevivência" dos mais pobres. "As favelas surgem como uma necessidade de moradia do segmento mais pobre da população. Dados mais recentes revelam que a migração não é a responsável pelo aumento populacional das favelas, sobretudo no Rio de Janeiro".

O Diálogo Brasil é apresentado pelo jornalista Florestan Fernandes Jr e conta com a participação dos telespectadores, que enviam suas dúvidas e comentários por telefone, fax ou e-mail. Também é transmitido ao vivo para 822 pontos no país pelo canal de TV a cabo NBR e, para o Japão, pela TV Brasil Internacional.