Agência Brasil aposta em conteúdo multimídia com novo site

09/07/2006 - 23h27

Agência Brasil

Brasília - Em uma primeira fase da internet, os sites reproduziam a lógica dos veículos impressos. Num segundo momento, passaram a oferecer vídeos, áudios e hipertextos, num processo que ganhou força com a evolução dos computadores, com o barateamento das conexões rápidas e a partir das iniciativas de inclusão digital. O resultado dessa mudança é que o espaço da rede se consolidou como um ambiente multimídia e se abriu para milhares de cidadãos, que constituem um público ativo e crítico, cada vez mais exigente.Isso colocou o jornalismo na internet diante de um desafio: recriar sua linguagem. A Agência Brasil se propõe a participar desse processo ao organizar uma nova página que interage com as diferentes plataformas informativas disponíveis: texto, áudio, imagens, vídeos e animações.O novo site também procura aproveitar o fato de a Agência Brasil estar dentro da Radiobrás, uma empresa que opera diferentes mídias eletrônicas. Por esse motivo, o usuário encontrará conteúdo produzido pela TV Nacional, pela TV Brasil - Canal Integración, pela NBr - A TV do governo federal pela Rádio Nacional da Amazônia, pela Rádio Nacional FM e AM de Brasília e pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro.“A combinação de linguagens estáticas (tabelas, fotografias e textos) com linguagens dinâmicas (vídeos, material em áudio e animações) é o desafio colocado às empresas que se propõem a fazer jornalismo multimídia”, avalia André Deak, editor-executivo multimídia da Agência Brasil. “Compreender, explorar e criar novas possibilidades é o exercício diário a que nos propomos”.Recentemente, a Fundación para El Nuevo Periodismo Iberoamericano (www.fnpi.org), organização que estimula a prática do jornalismo na América Latina, decidiu não premiar nenhum trabalho jornalístico de diversos países inscritos na categoria internet. A justificativa foi que “o uso da tecnologia multimídia apresentou falhas e o conceito visual das obras oferecia pouca novidade para o jornalismo na internet”.A antiga página da Agência Brasil, por exemplo, não explorava esses recursos. Um estudo produzido pela jornalista brasileira Catarina Balencastro, em Londres, apontou com propriedade esse fato. Ela comparou a produção semanal da Agência Brasil e da BBC de Londres, no início de 2005, para entender como as duas empresas utilizam os recursos multimídia oferecidos pela internet.Sua conclusão foi direta: “a Agência não aproveita totalmente as possibilidades que a rede oferece, limitando as fontes multimídia (...) pela falta de uma mentalidade ‘de comportamento virtual’ como premissa, exatamente o contrário do que ocorre na BBC”. "A tese da Catarina caiu nas nossas mãos quando estávamos finalizando o projeto. Foi muito importante, porque mostrou claramente o quanto estávamos defasados. Mas agora, podemos dizer que esse momento foi totalmente superado", diz Deak. O desafio da Agência Brasil, agora, é reverter essa análise e buscar um site com mais opções de navegação e conteúdo, mantendo sempre a produção de um jornalismo objetivo, baseado na cobertura do governo, do Estado e da cidadania.