Dilma chora no Senado ao encontrar amiga com quem ficou presa durante a ditadura

11/03/2008 - 14h42

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, chorou hoje (11) no plenário do Senado, ao encontrar a amiga Terezinha Zerbini, com quem ficou presa no Presídio Tiradentes, na época da ditadura, e lembrar a luta dela na resistência ao regime militar."Ela lutou contra a ditadura, [participou da] luta de resistência na época da ditadura, em um momento difícil, em que não se tinha facilidade para se manifestar", disse Dilma, durante a sessão em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres e de entrega do Prêmio Bertha Lutz [pioneira na luta pelo voto feminino]."Ela [Terezinha] mostrou imensa solidariedade. Fechava as cortinas da cela em alguns momentos, quando recebíamos algumas visitas não muito agradáveis", disse Dilma, emocionada. "[Visita] daqueles que não honravam as distinções que o marido dela [general Euryales de Jesus Zerbini, que defendeu a legalidade em março de 1964] tinha honrado", completou.A advogada paulista Terezinha Zerbini lutou contra a ditaduta militare fundou o Movimento Feminino pela Anistia – Brasil. Ao entregar o Prêmio Bertha Lutz a Terezinha Zerbini, Dilma disse que se sentia "honrada" em participar dessa homenagem. "Dilma é uma das mulheres mais corajosas, competentes e generosas que eu conheci", retribuiu Terezinha.O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), apoiou as palavras da ministra Dilma Rousseff. "Eu diria que essa homenagem acabou da melhor forma, com emoção. A ministra não torna claro, por razões de modéstia, [mas] ela foi alvo da violência da ditadura militar naqueles dias sombrios", comentou.A cientista Mayana Katz também recebeu o prêmio. Ela é uma das maiores defensoras das pesquisas com células-tronco. Dilma Rousseff disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre o impasse em torno das células-tronco de maneira adequada. O STF deve decidir nos próximos dias se libera essas pesquisas.