Projeto novaiorquino vence concurso para o novo Museu da Imagem e do Som do Rio

10/08/2009 - 20h30

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador do Rio de Janeiro,Sérgio Cabral, e a secretária de Cultura, Adriana Rattes, anunciaram hoje (10) o projeto escolhido por unanimidade entre seteinscritos no concurso para o novo Museu da Imagem e do Som (MIS), aser construído na Praia de Copacabana, no lugar onde há décadasfunciona a discoteca Help.O projeto vencedor é do escritórionovaiorquino Diller Scofidio + Renfiro e derrotou concorrentesbrasileiros e estrangeiros, inclusive um asiático. Ele foi exposto hoje à imprensa pelo casal de arquitetos que o desenvolveu. Na semana passada, os arquitetos Elizabeth e Ricardo, apresentaram o projeto aos jurados do concurso. Eles contaram que estavam planejando uma forma de voltar ao Brasil mesmo que não fossem os vencedores do concurso. Os dois tiveram uma conversa a respeito na quinta-feira passada, no voo de volta para Nova Iorque.“Para nossa alegria, mal chegamos lá e nos telefonaram informando que tínhamos sido escolhidos e teríamosde voltar para o anúncio oficial e as primeiras providências”, contouElizabeth, responsável pelo detalhamento do projeto para a imprensa.“Nossostrabalhos sempre procuram dialogar com a cidade, o que no caso do museufoi mais importante ainda porque ele é sobre a cidade, a cultura, avida, as imagens e os sons. E a praia de Copacabana foi um desafio àparte, pela beleza, pelo que ela significa na vida do povo do Rio, pelaresponsabilidade que teríamos de desenvolver um projeto inserido naquele lugar”, explicou.A nova sede do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro seráum prédio de cinco pavimentos concebido como se fosse um fole de sanfona nahorizontal, com espaços internos visíveis, com acesso para quem subiras escadas e rampas externas. Os arquitetos se inspiraram na calçada de Copacana. Eles usaram a longa faixa da tradicional calçada ondulada de pedrasportuguesas de Copacabana, dobrando-a para a esquerda e para a direita,proporcionando a sensação de total integração à rua e às pessoas.“Umadas coisas que disse aos concorrentes logo no primeiro contato foi oque o governador me disse, que queria democratizar a vista deCopacabana”, disse a secretária Adriana Rattes.Hugo Barreto, representante da Fundação Roberto Marinho, instituição parceira noempreendimento, também destacou a importância de levar Copacabana a todos, por meio do museu. “Democratizar a paisagem deCopacabana é criar a possibilidade de todos terem acesso ao que é vistohoje só por quem tem dinheiro para comprar ou alugar um apartamento defrente para a praia”.O projeto da Diller Scofidio +Renfiro facilita a percepção de quem acessa o museu sobe pelas escadase rampas inclinadas como se seguisse ainda no calçadão.O novoMIS ocupará uma área de 7 mil metros quadrados na Avenida Atlântica,esquina com Rua Djalma Ulrich e incluirá biblioteca, videoteca, salasde exibição, café, restaurante, espaço para shows, palestras e outrasintervenções culturais, inclusive ao ar livre. “A gente quis aproveitar o acervo do MIS, sua concepçãoavançada, para criar um discurso mais potente da criatividade. O MIS éum museu da imagem e do som para falar da criatividade e da cultura docarioca”, destacou a secretária de Cultura.Ao anunciar o resultado do concurso, o governador fez questão de se dizer filho de umamuseóloga com um jornalista cultural, “que deu e colheu depoimentos noMuseu da Imagem e do Som”. Cabral de disse orgulhoso e emocionado de apoiar um projeto da envergadura do MIS. Ele lembrou que oespaço ocupado pela Help é hoje caracterizado “por prostituição edrogas” e seu resgate para a cultura será “um marco na vida do bairro eda cidade”.Os atuais ocupantes do terreno lutaram na Justiçacontra a desapropriação, mas perderam até a última instância e, agora, ogoverno do estado aguarda apenas a avaliação de peritos oficiais parainiciar a demolição. Estima-se que a área valha os R$ 13 milhõesdepositados judicialmente pelo governo e que as obras comecem em doismeses. A entrega do novo MIS à população carioca deverá ocorrer depoisde dois anos e meio da demolição.