Da Agência Brasil

Brasília - Começou hoje (5) em Porto Velho (RO) o julgamento de dois dos acusados de envolvimento no assassinato de 27 pessoas no presídio Urso Branco, na capital de Rondônia. A chacina ocorreu em janeiro de 2002, durante uma das rebeliões mais sangrentas da história do país. Os dois réus, Michel Alves das Chagas e Anselmo Garcia de Almeida, negaram participação nos crimes.

Até o fim de maio, 16 acusados pelas mortes serão julgados. Todos detentos do presídio na época do crime. Três ex-diretores da penitenciária foram acusados de responsabilidade nas mortes, mas aguardam julgamento de recursos. O caso é considerado o maior assassinato coletivo de presos do país depois da tragédia da Casa de Detenção de São Paulo, em 1992, quando 111 presos foram mortos após a invasão da Polícia Militar. O fato ficou conhecido como “Massacre do Carandiru”. As mortes em Urso Branco ganharam repercussão internacional pela brutalidade. Na rebelião, as vítimas  foram eletrocutadas, enforcadas e até decapitadas pelos próprios companheiros.

Observadores de uma comissão formada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) acompanham o julgamento em Rondônia. A comissão faz parte das imposições feitas ao Brasil pela corte internacional por causa das inúmeras violações aos direitos humanos no presídio. O julgamento foi interrompido no final da tarde, após o interrogatório dos réus, e prossegue amanhã (6) com os debates entre defesa e acusação.

Edição: Vinicius Doria