Fidel alerta sobre ameaça de guerra nuclear e diz que só Obama pode evitá-la

07/08/2010 - 17h17

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília -  Usando o tradicional uniforme militar verde-oliva, o ex-presidente cubano Fidel Castro, de 83 anos, ocupou hoje (7) a tribuna na Assembleia Nacional de Cuba para advertir que há uma ameaça de guerra nuclear no mundo. Ele disse que o único capaz de evitar esse risco é o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Segundo o cubano, um conflito dessa ordem levará à morte “instantânea” milhares de pessoas, inclusive norte-americanos.  

A uma semana de completar 84 anos, Fidel demonstrou estar saudável e disposto. Ao alertar sobre a ameaça de uma guerra nuclear envolvendo os Estados Unidos, o Irã e Israel, ele disse que “um homem terá de tomar uma decisão solitária. É o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama”.

Em seguida, o ex-presidente afirmou que em caso de guerra seria dada uma ordem de “morte instantânea, que afetará não só uma centena de milhares de pessoas, como também um número incalculável” de norte-americanos. O discurso foi o primeiro público de Fidel depois de quatro anos afastado do poder.

O discurso do ex-presidente foi transmitido ao vivo pelas emissoras estatais Cubavisión Internacional e Radio Havana Cuba. A sessão extraordinária da Assembleia foi convocada a pedido de Fidel. Nos últimos dias, o ex-presidente tem intensificado as críticas às sanções impostas ao Irã por parte da comunidade internacional.

Desde junho, o Irã sofre restrições de parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, por suspeitar que o programa nuclear iraniano esconda a produção de armas atômicas. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, rebate as denúncias.

Fidel elogiou os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em negociar um acordo de paz e a suspensão das medidas restritivas. Desde 2006, Fidel está afastado do governo de Cuba. Ele foi substituído pelo atual presidente da República, Raúl Castro. Fidel renunciou para cuidar da saúde. Oficialmente, o ex-presidente cubano é segundo-secretário do Partido Comunista. Nos últimos meses, ele deixou a reclusão e tem participado de eventos sociais.

Edição: Graça Adjuto