No Dia da Liberdade de Imprensa, Patriota comemora o que chama de diplomacia digital

03/05/2011 - 13h08

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou hoje (3) que as diplomacias brasileira e mundial vivem um novo momento. É a era das novas mídias em que várias informações são transmitidas à sociedade por meio das redes sociais, como o Twitter, o Facebook e o YouTube. Segundo ele, o desafio está nas mãos da imprensa. “[Em meio às novas mídias] a imprensa tem de reinventar”, afirmou.

Ele definiu o novo momento. “É a diplomacia digital”, classificou, lembrando que os blogs e noticiários online também contribuem para o novo momento da diplomacia. “Os direitos dos cidadãos brasileiros são assegurados em meio a uma infinidade de fontes”, disse o ministro, na sede do Instituto Rio Branco, onde ocorreu o seminário A Mídia do Século 21: Novas Fronteiras, Novas Barreiras.

Também participaram das discussões a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Helena Chagas, o diretor do Instituto Rio Branco (que se destina à formação de diplomatas), embaixador Georges Lamazière, e o representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Vincent Defourny. 

Bem-humorado, Patriota afirmou que o Itamaraty tem mais de 10 mil seguidores apenas no Twitter e que cerca de 3 mil acessaram o YouTube em busca de informações sobre o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Segundo ele, o perfil dos “amigos do Itamaraty” reúne, em 70% dos casos,  pessoas que têm de 18 a 35 anos.
  
O representante da Unesco acrescentou que é fundamental que os regimes democráticos assegurem a liberdade de imprensa para garantir a liberdade de expressão da sociedade.

“A midia plural, livre e independente, de um lado, e um governo que garanta isso são características da liberdade de expressão”, disse Defourny. Segundo ele, a Unesco apoia a aprovação da Lei Geral de Acesso às Informações Públicas, que aguarda votação no Senado, e define, por exemplo, prazo máximo de 50 anos de sigilo para documentos públicos.

“A Unesco acompanha com grande interesse essa lei, que permitirá a redução das assimetrias”, afirmou o representante da Unesco. “O panorama da mídia mudou a ponto de se tornar irreconhecível, mas a promoção da liberdade humana é a pedra fundamental da democracia.”

O diretor do Instituto Rio Branco, embaixador Georges Lamazière, disse que o objetivo da nova diplomacia é manter o diálogo do Itamaraty com a imprensa. “Isso se dá não só nas grandes questões internacionais, como também quando o brasileiro se vê em uma situação difícil. Hoje é fundamental abrir cada vez mais esse canal de diálogo.”

Edição: Graça Adjuto